segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

EVENTO FESTIVO: VEM AÍ 2019


E assim, 2018 vai chegando ao fim. Foi um ano em que se ouviu falar muito em corrupção, eleição, discriminação, violência, injustiça, insegurança jurídica, como se fossem novidades no Brasil. Uma coisa é certa: a hipocrisia predominou. Aliás, sempre é protagonista ao longo dos séculos, disfarçada algumas vezes de moralismo incorruptível ou ingênua inocência; outras, de bondade desinteressada ou falso elogio. Enfim, tudo passa na voragem inexorável do Tempo. Quem não viveu, não viverá mais.
Contudo. 2019 está chegando. São novas esperanças de realizar velhos sonhos. São novas oportunidades de corrigir erros e de buscar o perdão para os pecados cometidos.  São novas motivações para prosseguir no caminho da Vida, sem medos, sem hesitações, sem “esse tal de jeitinho brasileiro”, que é a mais verde-amarela das artimanhas da desonestidade.
Que tal buscar Deus, não no alto dos Céus, mas no íntimo de nós mesmos e redescobrir pelo menos um pouco da Natureza Divina que possuímos. Só desse modo seremos realmente felizes e faremos felizes as pessoas que nos rodeiam. FELIZ ANO NOVO.

terça-feira, 18 de dezembro de 2018

EVENTO RELIGIOSO: DIA DE NOSSA SENHORA DO Ó



Hoje, 18 de dezembro, comemora-se Nossa Senhora do Ó, a Padroeira dos Mosqueirenses.
No dia 10 de outubro, os católicos da Ilha festejaram 150 anos da fundação da Freguesia do Mosqueiro e da Paróquia de Nossa Senhora do Ó, cuja devoção é única no Norte do Brasil.
A denominação de Freguesia de Nossa Senhora do Ó para as terras da Ilha parece revelar a imensa relação entre o Mosqueiro e a sua Santa Protetora, uma relação mais antiga – acreditamos -- que a devoção da Irmandade local ou o trabalho catequético dos jesuítas da Missão Myribira. Talvez seja oriunda dos primeiros tempos de ocupação. Sabe-se que a devoção a Nossa Senhora do Ó teve início na Espanha e, segundo o historiador João Lúcio D’Azevedo, há fortes indícios de que aventureiros espanhóis sob o comando de Francisco de Orellana estiveram na Baía do Sol, em 1545, exatamente no dia consagrado à Santa, conforme relato do Frei Gaspar de Carvajal, escrivão da viagem.
A imagem original de Nossa Senhora do Ó veio da ilha das Onças, em 1869, doada pelo Ten. Cel. José do Ó de Almeida, deputado provincial do Partido Conservador e autor do projeto de lei da fundação da Freguesia e da indenização, pela Província do Grão-Pará, da igreja e cemitério em funcionamento, ao fundo da atual Praça da Matriz.

“No começo do século XIX, mudanças no culto mariano começavam a estimular o dogma da Imaculada Conceição, o que não combinava com aquela santa em estado de adiantada gravidez, como a retratava a iconografia, estimada pelas mulheres à espera da hora do parto.
Muitas imagens foram trocadas pela da Nossa Senhora do Bom Parto, vestida de freira, com o ventre disfarçado pela roupa, ou mesmo pela imagem de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, mais condizente com os ventos moralistas de então.
Somente no fim do século XX se voltou a falar e pesquisar o assunto, tendo-se encontrado imagens antigas enterradas sob o altar das igrejas.”

No dia 05 de outubro de 2008, às 19h30, na Igreja Matriz, abrindo a Semana Comemorativa aos 140 anos de fundação da Paróquia, foi apresentada pelo então pároco Pe. José Maria da Silva Ribeiro e abençoada pelo Arcebispo Metropolitano de Belém, Dom Orani João Tempesta, a nova imagem de Nossa Senhora do Ó (exclusiva da Ilha), a qual representa uma visão da Mãe de Jesus diferente da tradicional, porém sob a luz das Sagradas Escrituras. Sem dúvida, é uma inovação no culto mariano surgida na Ilha do Mosqueiro, uma imagem que aproxima a Virgem Maria de todas as mães, para as quais é exemplo de amor e disponibilidade, elementos essenciais à base familiar.

Com 60 centímetros de altura e peso de 4,194 Kg, a imagem foi esculpida em cedro pelo artista plástico Afonso Falcão de Oliveira e apresenta aspecto físico de uma jovem mulher gestante (Maria aos 15 anos), nos seus últimos dias de gravidez (18 de dezembro: uma semana antes do Natal). O objetivo é retratar a alegria da proximidade do parto. O ventre dilatado assume a forma da letra “O”, o símbolo do infinito (Ela é a Mãe do Infinito.) e dentro do ventre da Virgem Maria estava a Palavra (“E a Palavra se fez carne e habitou no meio de nós.” (Jo, 1,14). Os cabelos longos e caídos sobre os ombros são um gesto de reverência para com o Senhor, ao qual se colocou inteiramente disponível: “Eis aqui a Serva do Senhor, faça-se em mim segundo a Vossa Vontade. ” (Lc 1, 38).
As vestes reproduzem de forma estilizada o traje típico das jovens da Galileia. Na túnica, predomina o dourado, com detalhes em branco e pedras preciosas (a pureza e a realeza do Filho de Deus). O Sol impresso à altura do ventre simboliza o próprio Messias, de quem falavam os profetas e os evangelistas: “Levanta-te, resplandece, pois chegou a tua luz, e a glória do Senhor brilha sobre ti! Sim, as trevas envolvem a Terra e a escuridão, os povos, mas sobre ti brilha a luz do Senhor, sua glória sobre ti se manifesta. ” (Is 60, 1 – 2); “Festeja, filha de Sião! Grita de alegria, filha de Jerusalém! Aí vem o teu rei: ele é justo e vitorioso, humilde, ...” (Zc 9, 9); “Graças ao coração misericordioso de nosso Deus, o sol do alto nos visitará, para iluminar os que estão sentados nas trevas e nas sombras da morte, e dirigir nossos passos para o caminho da paz. ” (Lc 1, 78 – 79). No manto que a envolve, o azul-marinho (a grandiosidade do amor de Deus como o mar) e o vermelho (o sacrifício de Jesus na cruz, sinal de nossa redenção). Em seu antebraço, o azul-celeste simboliza a nossa meta: o Céu, destino do cristão batizado que segue Jesus (“Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida! ”). A imagem não traz a coroa, pois representa Maria ainda em estado de gravidez, portanto na condição humana e terrena. Vale ressaltar que a Coroação da Virgem Maria como Rainha foi realizada pela Igreja Católica somente após a sua Assunção ao Céu.

É inegável que a nova imagem da Padroeira dos Mosqueirenses é um exemplo de modernidade, de ação pastoral inovadora da Igreja na Ilha. Humanizando a Santa, aproxima-a de todas as mães e de todos nós, porque a humanidade também tem o seu lado divino e Santos são os homens que sobrepujam as forças do mal, ultrapassando as barreiras do egoísmo, da ganância, do vício, da omissão, do materialismo, do ódio, do preconceito, da falta de amor e do falso moralismo.

quinta-feira, 11 de outubro de 2018

EVENTO RELIGIOSO: Mãe de Nazaré - Música do Círio 2018 - (Clipe Oficial)

EVENTO RELIGIOSO: 150 ANOS da PARÓQUIA DE NOSSA SENHORA DO Ó NA ILHA DO MOSQUEIRO

Ontem, dia 10 de outubro de 2018, os católicos mosqueirenses comemoraram o sesquicentenário da fundação da Freguesia do Mosqueiro e da Paróquia de Nossa Senhora do Ó, cuja devoção é única no Norte do Brasil. Marcaram a comemoração, com a presença do Arcebispo de Belém, Dom Alberto Taveira, a inauguração da reforma da Igreja Matriz às 19h, a Missa, o Parabéns e a distribuição do bolo de aniversário entre os devotos.
Vamos conhecer:
 OS PASSOS DA DEVOÇÃO À SENHORA DO Ó

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   N. Srª do Ó- Catedral de Évora, Portugal.              Imagem antiga na ilha do Mosqueiro.

01. Ano 656 d. C. (Toledo, Espanha): A festa da Anunciação, transferida para o dia 18 de dezembro, celebra Nossa Senhora da Expectação.
02. Ano 1148 (Torres Novas, Portugal): Devoção à Nossa Senhora de Almonda.
03. Ano 1187 (Portugal): Devoção a Nossa Senhora de Alcáçova.
04. Ano 1212 (Portugal): A imagem passa a ser chamada de Nossa Senhora do Ó.
05. Ano 1545 (ilha do Mosqueiro, Pará): Francisco de Orellana chega à Baía do Sol, em 18 de dezembro, dia consagrado à Santa.
06. Ano 1653: Os jesuítas instalam a Missão Myribira na ilha do Mosqueiro e trazem a devoção à Nossa Senhora do Ó.
07. Ano 1709 (Olinda, Brasil): Tem início o culto na Capitania de Pernambuco, com o donatário Duarte Coelho.
08. Ano 1719 (Olinda, Brasil): Em 28 de julho, os olhos da imagem vertem lágrimas.
09. Ano 1795: Cópias da imagem são levadas para a ilha de Itamaracá e São Paulo.
10. Século XVIII (Sabará, Minas Gerais): Os bandeirantes introduzem a devoção à Santa e é construída, em estilo indo-europeu, a Capela de Nossa Senhora do Ó.
11. Século XIX: A Irmandade de Nossa Senhora do Ó inicia o culto na ilha do Mosqueiro, venerando a Santa em pequena capela, na praça do povoado.
10. Ano 1868 (ilha do Mosqueiro, Pará): Em 10 de outubro, o Cônego Manuel José de Siqueira Mendes cria a Freguesia do Mosqueiro, sob a égide de Nossa Senhora do Ó, desapropriando a capela da Irmandade para transformá-la em Igreja Matriz.
11. Ano 1869: Em 02 de abril, o Bispo da Província do Grão-Pará Dom Macedo Costa designa como primeiro pároco da Freguesia do Mosqueiro o Padre Manuel Antônio Raiol
12. Ano 1869: O Padre Manuel Raiol assume a nova paróquia e transfere o cemitério que existia na praça, área contígua à capela, para o local onde se encontra atualmente, na Travessa Pratiquara.
13. Ano 1869: A imagem original de Nossa Senhora do Ó vem da ilha das Onças, sendo doada pelo Ten. Cel. José do Ó de Almeida.
14. Ano 1914: É inaugurada a Igreja Matriz da ilha do Mosqueiro.
15. Década de 1920: Tem início a Procissão do Círio na ilha, com a imagem de Nossa Senhora de Nazaré saindo da Casa-sítio dos Irmãos Maristas, na antiga estrada da Praia Grande.
16. Ano 1929: O Círio passa a ocorrer no 2.º domingo de novembro, por determinação de D. João Irineu Joffily.
17. Década de 1950: A imagem de Nossa Senhora do Ó substitui a de Nossa Senhora de Nazaré e o Círio é realizado no 2.º domingo de dezembro, com seu trajeto ampliado para a Capela do Sagrado Coração de Jesus, no Chapéu Virado.
18. Ano 1965: Em 12 de dezembro, dia do Círio do Mosqueiro, chega à ilha, pela primeira vez, a Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Nazaré e participa da Procissão.
19. Ano 2001: Realiza-se a primeira Caminhada da Fé em homenagem à Nossa Senhora do Ó.
20. Ano 2008: Em 05 de outubro, em comemoração aos 140 anos da Paróquia (10 de outubro), foi apresentada pelo pároco Pe. José Maria da Silva Ribeiro e abençoada pelo Arcebispo Metropolitano de Belém, Dom Orani João Tempesta, a nova imagem de Nossa Senhora do Ó, criada exclusivamente para a Ilha.

Resultado de imagem para fotos de nossa senhora do ó da ilha do mosqueiro

21. Ano 2011:  A imagem original de Nossa Senhora do Ó foi restaurada e encontra-se, atualmente, no nicho sobre o altar principal.

22. Ano 2018: Em 10 de outubro, comemora-se o sesquicentenário da Paróquia de Nossa Senhora do Ó.




               




sexta-feira, 13 de julho de 2018

quinta-feira, 28 de junho de 2018

EVENTO JUNINO TRADICIONAL: CENTENÁRIO DE SÃO PEDRO DO AREIÃO


POR QUE SÃO PEDRO É PATRIMÔNIO IMATERIAL DA ILHA? 

Autor: Claudionor Wanzeller 

Amanhã, dia 29 de junho de 2018, a Festividade de São Pedro do Areião tornar-se-á um evento tradicional centenário, na Ilha do Mosqueiro. São cem anos ininterruptos de uma festa de características religiosas e profanas em homenagem ao Santo Padroeiro dos Pescadores, um patrimônio cultural de natureza imaterial do município de Belém e de nossa Ilha, conforme a lei n.º 9.093, de 23 de abril de 2015, assinada pelo prefeito Zenaldo Coutinho.
Na baía de Santo Antônio cujas águas banham aquela praia, os índios morobiras desenvolviam a pesca, atividade milenar que, mais tarde, originaria a Vila e seu primeiro suporte econômico. Nas fartas areias, os indígenas praticavam o moqueio e, segundo alguns historiadores, ali aportara, em 1520, o navio avariado do pirata espanhol Ruy Garcia de Moschera. Na verdade, o próprio nome da Ilha surgiu naquele lugar, pois o registro cartográfico de 1680 (o mais antigo que se conhece) batiza aquela ponta de praia de Ponta da Musqueira. O local ficou depois conhecido como Ponta da Pedreira, uma vez que era uma das pedreiras do Reino, de onde muitas pedras foram retiradas para os alicerces da antiga Belém. 

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Praia do Areião – antiga Ponta da Musqueira (FOTO: Wanzeller)

A praia do Areião também foi palco de um fato muito interessante ocorrido no dia 20 de janeiro de 1836: a primeira tentativa de invasão das tropas legalistas vindas da ilha de Tatuoca, frustrada pela coragem e tenacidade dos cabanos sediados na Vila.
Outros fatos não menos marcantes tornam a praia um atrativo turístico: a instalação, em 1924, da Usina Santo Antônio da Pedreira, para beneficiamento da borracha, diversificando a atividade econômica da Vila; a fundação pelos seus funcionários, em 1925, do Pedreira, o primeiro clube de futebol da Ilha; a primeira greve de trabalhadores do Estado do Pará, ocorrida em 1939 e a presença folclórica da Cobra Grande no subsolo da Fábrica. 

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Ilustração (PROF. ALCIR RODRIGUES, 1999)

Por outro lado, os pescadores artesanais da Vila do Mosqueiro e da ilha do Marajó utilizavam a enseada como ancoradouro e, dessa convivência pacífica, resultou a ideia de festejarem juntos, ali, em 1918, São Pedro, o seu Santo Padroeiro, sendo apoiados, incondicionalmente, pela senhora Isabel Magalhães. Dois anos após, a Festividade passaria a ser promovida pela Colônia de Pescadores Z-9, fundada na praia, em 1920. Com a transferência da Z-9 para a Baía do Sol, a festividade passou a ser organizada pela Prof.ª Maria Diva Palheta, falecida em 2016. Atualmente, a organização de evento está sob o comando de sua neta Luciana Bittencourt. 

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Prof.ª Diva Palheta, organizadora da festa (FOTO: Wanzeller)

A Festividade de São Pedro do Areião tornou-se, ao longo dos anos, uma tradicional manifestação popular agora centenária, de caráter religioso ao mesmo tempo profano e folclórico, por congregar, na atualidade, milhares de moradores e visitantes, como pode ser observado durante as ladainhas, as missas, a romaria, a procissão fluvial e o cortejo do mastro, que compõem a programação do evento. 

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Procissão Fluvial de São Pedro (FOTO Wanzeller – 2013)

Obviamente, há muito esta festa deixou de ser exclusiva dos pescadores, como forma de agradecimento ao Santo pela proteção e fartura da pesca. Transformou-se numa grande manifestação cultural do povo mosqueirense, o que justifica a sua classificação como Patrimônio Imaterial da Ilha e do Município de Belém.

quinta-feira, 24 de maio de 2018

EVENTO CULTURAL: LANÇAMENTO DE LIVRO

Após o lançamento, em fevereiro passado, de Ilha do Mosqueiro: Histórias e Tradições, o professor Claudionor Wanzeller apresentará ao público, no próximo dia 08 de junho, a 2.ª edição de seu primeiro livro, Mosqueiro: Lendas e Mistérios, bastante solicitado pelos leitores. O livro, que apresenta um novo projeto gráfico e mais dois contos inspirados no folclore da Ilha, comemora os sessenta e nove anos de existência do autor.



NA ROTA DA HISTÓRIA: PRIMEIRO CINEASTA A GRAVAR FILMES EM BELÉM

Autoria: BELÉM ANTIGA

A polêmica e desconhecida história do primeiro cineasta a gravar filmes em Belém. De um lado, teria feito a proeza de ser o primeiro, ou um dos primeiros a registrar a procissão do Círio de Nazaré em película, para o cinema.
Por outro, chocou a cidade ao apresentar para plateias de quase 1000 espectadores, filmes pornográficos. No primeiro dia, 900 espectadores foram a um cinema na Praça Justo Chermont. Quase conseguiu transformar Belém em um polo desse cinema de pouca moral, mas o negócio naufragou porque sobravam mulheres para os papeis, mas faltavam homens dispostos a contracenar. Com vocês Ramon de Baños.. .
Ramon de Baños nasceu em Barcelona na Espanha em 1890. Viveu por aqui entre 1911 e 1913, onde produziu no curto período, inacreditáveis 30 filmes documentários. Boa parte deles para a produtora The Pará Films, que pertencia a Joaquim Llopis, outro espanhol que trabalhava como chefe de compras em Belém da firma Suárez Hnos. Ltda., que pertencia ao barão da borracha boliviano Nicolás Suárez.
Comprou cópias de filmes de produtoras europeias, filmes virgens e equipamentos da inglesa The Prestwich Manufacturing Cº, e equipamento completo de filmagem à firma Prevots de Paris. As primeiras imagens foram feitas na viagem até Belém, no vapor Rio Negro, que resultaram no documentário Viagem de Lisboa ao Pará que, na terceira parte, mostravam o interior de um bonde que percorreu algumas das principais avenidas e ruas de Belém.
Em 10 de novembro de 1911, a cidade parou para ver no Teatro Odeon, no quintal da casa de Llopis, os primeiros documentários em Belém: um deles retratava o “Cyrio”. A curiosidade era grande dos belemenses em ver as suas próprias imagens reproduzidas, pela primeira vez, na tela de um cinema. “Foi tanta a gente que queria ver as nossas empolgantes fitas que a policia teve que intervir diversas vezes para conter alguns espectadores (...) que não conseguiam conter a sua impaciência” contou o cineasta em uma autobiografia.
A “The Pará Films” foi a primeira produtora de filmes e documentários de Belém. Atrás de mais lucros, que Joaquim Llopis, comprou na Europa mais de 20 películas erótico-pornográficos que chegaram a Belém escondidas em caixa de filmes cujos títulos não tinham nada que ver com o seu real conteúdo. Também mandou trazer uma dúzia desses filmes eróticos, também classificados como verdes ou picantes, da Argentina e comprou outras tantas películas no Brasil.
Em dezembro Llopis conseguiu autorização das autoridades para a projeção das películas eróticas, para “Homens Adultos”. Na noite de estreia, convites dobrados e que pediam sigilo levaram quase 1000 espectadores ao Teatro Odeon como dizia o texto nele gravado. “Reservado: Queira ler e guardar sigilo, e nas páginas interiores: Theatro Odeon (Praça Justo Chermont). Instituto de Artes Novas. Sessões livres só para homens maiores de 20 annos. Espectáculos sicalyticos.
Dão vigor aos fracos. Deleitam os solteiros. Educam os tímidos. Extasiam os casados e viúvos. Viva o amor! ... a ... a... A ultima palavra em cinematografia (...). Todas as Quintas-feiras, Sábados e Domingos! AVISO: É expressamente proibida a entrada a mulheres i menores (BAÑOS, 1991, p. 85)” Em uma carta à namorada, Baños contava que precisava pedir que os espectadores se contesem na euforia para não incomodar a vizinhança.
Na mesma carta, Baños fazia questão de destacar que em nenhuma outra parte do mundo há tanta liberdade como nesse país: “Mira tu que dar sesiones inmorales con teatro abierto al público y billetería a la puerta, como si fuese un espectáculo honesto, es el colmo!” Tal liberdade durou até a campanha que a Província do Pará fez contra os filmes “imorais” exibidos no Odeon solicitando a intervenção da polícia. Indicava que a polícia, entretanto, tinha interesses “econômicos” no negócio. Entenda isso como quiser. Baños era amigo do Chefe de Polícia. Mas cerca de um mês depois, recebeu a notícia que os filmes seriam confiscados.
Escondeu tudo em um restaurante da sua confiança. A “ The Pará Films também tentou produzir películas erótico-pornográficas em Belém. Com essa finalidade, Baños e alguns dos seus amigos foram em busca de mulheres que se prestaram a servir de artistas nessas fitas de caráter pornográfico, mas tiveram que desistir do projeto, segundo Baños “por falta de artistas masculinos que se presten a ello” (Carta a Rosita),
Assim, encerrava a passagem de um dos pioneiros do cinema mundial por Belém. O primeiro a gravar na cidade, o primeiro a ofender a moral na tela grande. Um gigante desconhecido que morreu em 1980.

Fontes : Ramon de Baños, um pioneiro do cinema catalão em Belém do Pará nos tempos da borracha (1911-1913) - Pere Petit; BAÑOS, Ramon. Un Pioner del Cinema Català a l’Amazònia. Barcelona: Íxia Llibres,1991. - _____. Notas íntimas de un “cameraman español” [manuscrito original da sua autobiografia]. Barcelona: 1970 (disponível na Filmoteca de Catalunya). Leia mais no artigo disponibilizado pelo site UFPa 2.0 emhttp://issuu.com/ufpa…/…/un_catal__n__pionero_del_cine_en_br
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sábado, 28 de abril de 2018

CARNAVAL NA ILHA: TRIOS E FOLIÕES

Autoria: Belém Antiga

O vídeo circula na rede há algum tempo. Alguns apostam que ele é de 1995, outros apontam para o ano 2000. Uma coisa é certa. Tem quase 20 anos, quando a Ilha de Mosqueiro era invadida pelos trios e pelos foliões em uma festa animada, mas muito mais tranquila que a dos dias de hoje.
A música foi editada. Para ambientar o passeio (literalmente) que o autor fez, e que leva o leitor a se sentir parte daquela festa, Belém Antiga escolheu o mix do Fruta Quente , que está voltando ao carnaval com o bloco na Cidade Velha.
Não mostra muito, mas transporta o saudoso folião para aqueles dias descompromissados no Murubira e no Ariramba. Atrás do trio elétrico, imitando a coreografia, lembranças de um carnaval que ficou na memória.


NA ROTA DA HISTÓRIA: A ORIGEM DO BISCOITO MONTEIRO LOPES


Autoria: Belém Antiga

A desconhecida história de um doce, de alma portuguesa, mas “parido” em Belém do Pará, mais precisamente, no centro de cheiros e sabores da capital. Uma história de amor e de igualdade de raças.
O “ Monteiro Lopes” tem massa de empada, e mistura preto e branco, nascido em uma época em que esta química era algo não muito aceito pela elite de então. Conta a lenda ( trazida até aqui pelo Wikipedia) que entre 1850 e 1890, duas padarias disputavam a preferência dos consumidores naquela Belém, restrita ainda a 3 ou 4 bairros do núcleo original. Uma estaria localizada na Travessa Oriental do Mercado ( municipal ), que antecedeu ao Mercado de Ferro de Carne, e a outra na Travessa Ocidental do mesmo mercado. Naqueles anos, como nos seguintes, o segredo da freguesia estava nas receitas dos quitutes preparados para a clientela.
E teria sido por causa de biscoitos especiais que a história se desenrolou. Manoel Monteiro, mulato, dono da primeira padaria fazia seus biscoitos muito apreciados, mas nem queria ouvir falar do concorrente. No outro lado do mercado, outro biscoito disputava a preferência dos gulosos.
Quem produzia a iguaria era Antonio Lopes, dono da segunda padaria. Eram cores e paladares diferentes, até que os pais morreram e os filhos teriam se casado, unindo os negócios e juntando nomes. “Monteiro Lopes” une o negro e o branco, e endossa mais uma história de amor para povoar as lendas desta terra.

A imagem pode conter: atividades ao ar livre
Fonte: Wikipedia / Imagens da Rua da Praia, 15 de novembro na segunda metade do século XIX. Ao centro o antigo mercado municipal, destruído pelo incêndio, onde foi construído o Mercado Francisco Bolonha.

quinta-feira, 22 de março de 2018

MEIO AMBIENTE: Mês de março continuará tendo chuvas acima da média, informa a Rede de Previsão Climática




Foto: Ingo Müller

O padrão para o mês de março indica situação favorável à ocorrência de chuvas acima do normal em grande parte do Pará, em especial na região metropolitana de Belém, leste do Arquipélago do Marajó e parte do sudoeste.
O boletim com o prognóstico de chuvas para o mês de março no Pará foi elaborado pela Rede de Previsão Climática e Hidrometeorológica do Pará (RPCH), coordenada pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), e pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
s meteorologistas destacam que março ainda está entre os meses mais chuvosos, e neste ano, em especial, há uma configuração favorável ao fenômeno La Niña - resfriamento das águas superficiais da região equatorial do Oceano Pacífico.
Quando esse fenômeno ocorre, geralmente contribui para a elevação dos totais mensais de chuva no Pará, porque intensifica a atuação dos sistemas de precipitação pluviométrica na região, como a Zona de Convergência Intertropical (Zcit) e a Zona de Convergência da América do Sul (Zcas).
Oceanos
Os oceanos são os principais responsáveis pelos padrões climáticos em uma determinada região, e variações bruscas nas temperaturas da superfície dos oceanos são decisivas na distribuição das chuvas nesse período do ano. “O mês de fevereiro foi um exemplo disso, em que grande parte do estado apresentou totais mensais de chuva acima da média”, disse o diretor de Meteorologia e Hidrologia da Semas, Antonio Sousa.
Para março, a previsão é que os totais mensais devam superar os 500 milímetros na região metropolitana de Belém, porção leste do Marajó e parte da região nordeste. Nas regiões sudeste e sudoeste esses volumes devem oscilar entre 300 e 500 mm.
As temperaturas devem ficar dentro da média no aspecto geral, mas em alguns períodos haverá temperaturas máximas em até 2ºC abaixo do normal, em função de muita nebulosidade. O Pará deve continuar registrando enchentes em alguns municípios, como Marabá e Parauapebas, na região sudeste.
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Por G1 Pa, Belém
2/03/2018 20h48 Atualizado 02/03/2018 20h49
Foto: Ingo Müller

domingo, 18 de fevereiro de 2018

CARNAVAL NA ILHA: PELES VERMELHA 2018, CAMPEÃ DO CARNAVAL DA ILHA DO MOSQUEIRO



A Escola de Samba PELES VERMELHA foi a grande Campeã do carnaval mosqueirense, homenageando SÃO PEDRO, o PRIMEIRO PAPA, no ano do Centenário da Festividade na Ilha. A escola obteve 10 em todos os quesitos.

CARNAVAL NA ILHA: PIRATAS 2018 NO CORREDOR POP DA FOLIA MOSQUEIRENSE



Homenageando SÃO JORGE, o Santo Guerreiro, a U. S. Piratas da Ilha foi a Vice-Campeã do carnaval mosqueirense, obtendo 10 em todos os quesitos, com exceção do quesito harmonia (9,5).

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

CARNAVAL NA ILHA: PELES VERMELHA, ESCOLA CAMPEÃ EM 2018

Ewerton Freitas 

Com muita humildade e trabalho conseguimos colocar nossa escola na rua almejando o 10 e assim foi alcançado nosso objetivo. Fizemos um desfile limpo sem atropelo e fomos consagrados campeões do Carnaval 2018 em Mosqueiro. Um grande abraço às outras escolas, com muito respeito e apreço que tenho por todos que fazem parte das agremiações.
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TA imagem pode conter: 14 pessoas, pessoas sorrindo, multidão e atividades ao ar livreribo. Peles Vermelha campeã na Ilha Mosqueiro