Quando o mundo, ainda manchado de
sangue, se ressentia dos horrores da guerra, aqui nesta aprazível Ilha,
em 13 de junho de 1.945, formava-se um novo grupo social, que deveria, com o
correr dos anos, tornar-se prova inconteste da união, da compreensão e da
coragem de alguns homens, em defesa de um firme propósito.
Fundava-se assim o Parazinho Esporte Clube que, por deliberação de sua Assembleia Geral realizada no dia 26
de janeiro de 1.974, passou a denominar-se Parazinho Beneficente Esporte Clube.
Admirar-se-á quem, nos recônditos
da memória, buscar os fatos que fizeram da história do Grêmio Alvi-rubro uma
tradição de lutas, uma mensagem de altruísmo.
No início, o clube nada possuía,
mas, depois de muitos anos de sacrifícios e lutas, conseguiu da Paróquia de
Nossa Senhora do Ó a doação de dois terrenos, um na Trav. Siqueira Mendes e
outro na Trav. Maracajá, onde foram construídos a sede social e o campo de
futebol, com material doado e mão-de-obra oferecida gratuitamente por muitos
associados.
Quem não lembra, quando nos idos
dos anos 60, saindo de uma fase de ostracismo e esfacelamento, o clube
ressurgiu nas mãos vigorosas de um Severino Aragão, teve o trabalho meritório
de um Nazareno Costa, foi orientado segura e habilmente por um Carlos Gomes da
Cunha e deu um salto decisivo para o futuro, impulsionado pela vontade férrea
de um Oswaldo Bentes Teixeira? Da coragem deste cidadão, do denodo de seus
assessores, do desprendimento de muitos que ficaram e permanecem no anonimato,
surge a idealização e a construção da sede social desse grêmio.
Respondendo aos anseios de toda
uma coletividade, com suor e sacrifício, levanta-se o prédio de tijolo e cimento,
saído da pena do projetista Firmino Melo e da responsabilidade do engenheiro
Josué Freire. Tal prédio viria substituir a antiga, improvisada e saudosa casa
de madeira que, durante tantos e inesquecíveis anos, servira ao clube de
quartel-general para suas ilusões, de trincheira para as suas esperanças e de
base para as suas fileiras. E, nessa época de audacioso pioneirismo,
despontaram tantos e tantos nomes, como um Albertino Pereira ou um José Maria
Bahia, que, capinando, carregando pedra ou batendo massa, foram construindo,
tijolo após tijolo, a concretização de seus ideais.
Não há de esquecer-se o nome de
Maria Olinda Campos que, frente ao departamento feminino, projetou-se como
figura relevante, insuflando vida social ao clube e incentivando os seus
companheiros de jornada.
Na década de 70, não poderíamos
deixar de mencionar a gestão do senhor Carlos Gomes da Cunha, reestruturando o
estatuto da agremiação e transformando-a em sociedade beneficente. Carlos Gomes
da Cunha, ao longo dos anos, com sua grande e prestativa experiência, jamais
negou sua orientação e seu apoio altamente valiosos, tendo, por último, na
presidência da Assembleia Geral, desenvolvido trabalho admirável.
Do mesmo modo, não poderíamos
deixar de nos reportar às diversas gestões do senhor Osmar Gonçalves que, com
sua filosofia de trabalho e uma equipe de assessores perfeitamente coesa e
operosa, procedeu como verdadeiro baluarte, um sustentáculo insofismável.
E, entre as grandes personalidades
que participaram dessa época áurea do alvi-rubro mosqueirense, citamos Doroty
Dias, Antônia Miranda, Paulo Barbosa, José Brígido da Trindade, Isaías Santos,
Raimundo Paixão da Silva e José Ferreira da Silva, o famoso “Zé Broca”, todos
imbuídos de um forte sentimento clubístico e de firme determinação, exemplos
sempre válidos para os atuais e futuros dirigentes esportivos, sendo
merecedores de nossa sincera homenagem.
A partir de 1965, foram registrados
em ata os seguintes Presidentes do Parazinho E.C.: Eduardo José Martins Aguiar
- 1965 a 1967; Oswaldo Bentes Teixeira – 1970 a 1972; Carlos Gomes da Cunha –
1972 a 1976; Osmar Gonçalves – 1976 a 1978; José Brígido da Trindade – 1978 a
1980; Firmino da Espírito Santo Melo – 1980, presidindo Junta Governativa;
Raimundo Pinheiro Pantoja – 1986 a 1988; Raimundo Nonato Ferreira – 1988 a 1990;
Raimundo Pinheiro Pantoja – 1990 a 1992; Antônio Rita Rodrigues – 1992 a 1994;
Raimundo Pinheiro Pantoja – 1994 a 1996; Leandro Ferreira da Silva – 1996 a 1998;
Raimundo Nonato dos Santos – 1998, presidindo Junta Governativa; Jorge Ribeiro
de Araújo – 1999; Ary Carlos Silva Rodrigues – 2001 a 2005; Ary Carlos Silva
Rodrigues – 2005, presidindo Junta Governativa; Raimundo Marcos Cabral Bahia –
2006 a 2010; Aldo Cézar dos Santos – 2010 a 2012; Veríssimo Pinto da Silva -
2012 a 2016; e a partir de 13 de junho de 2016, o clube continua a ser
administrado pelo Sr. Veríssimo Pinto da Silva, mandato que se estenderá até
2018.
Mesmo esbarrando na
escassez de recursos financeiros, sem o apoio do Governo, de políticos ou de
quaisquer instituições públicas ou privadas, muitos serviços foram realizados
nos últimos anos, como a edificação de 50% do muro do campo, a elevação para 5m
dos muros em torno da sede social, a instalação de poço artesiano com caixa
d’água e bomba; a construção de banheiros novos, de uma arena e de calçadões.
Já existe o projeto para uma grande reforma na sede social, mas falta dinheiro
suficiente para custeá-lo.
O Parazinho, clube que já foi
beneficente, passou por muitas crises financeiras ao longo dos anos, tendo o
seu patrimônio quase leiloado, pois se encontrava inadimplente, com atrasos
consideráveis em seus impostos. Entretanto, conseguiu dar a volta por cima e,
hoje, é o único clube da Ilha que está plenamente legalizado perante as
instituições governamentais. Portanto, o clube é uma tradição na Ilha do
Mosqueiro, cujo nome já foi veiculado algumas vezes na mídia esportiva do Pará
e do Brasil.