sábado, 10 de maio de 2014

CANTANDO A ILHA: UMA CERTA DIALÉTICA DAS COISAS MÍNIMAS

 

Autor: Prof. Alcir Rodrigues

Muitos dizem
Ah, no meu tempo...
O meu tempo sempre é hoje!
Mas, no decorrer de 24 horas,
torna-se ontem,
e o amanhã se torna hoje,
que vira ontem...
Nada mais dialetizante
porque mutante,
tempo nunca-sempre-quase
a esgotar-se, inesgotavelmente...
Tempo-vento: o tudo-nada
a bater,
a esbofetear suavemente a face do ilhéu
e desalinhar as madeixas
da cabocla banhista,
a lembrar que outrora
acariciou a cara
do autóctone-índio no moqueio,
o corpo suadensanguentado
do cabano na Batalha,
a defender-se no Chapéu-Virado...
Do veranista no convés
do Presidente Vargas...
Nas janelas do Beiradão,
nas Vans.
Esse tempo-vento, tempo-ventre,
a que porto-futuro
guiará esse barco-ilha
de desencanto-acalanto,
sempre ao mesmo tempo-vento?...


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FONTE: http://moskowilha.blogspot.com.br/2010/09/uma-certa-dialetica-das-coisas-minimas.html

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