segunda-feira, 26 de maio de 2014

A ILHA CONTA SEUS CAUSOS: A VERDADEIRA HISTÓRIA DA COBRA GRANDE DA BITTAR!!!

 

Autoria: Mosqueiro Vírgula

Belle Époque (Bela época)

Na Era da Borracha ou Ciclo da Borracha, Belém vivenciou a Belle Époque, momentos de luxo e glamour. Belém era, na época, considerada uma das cidades brasileiras mais desenvolvidas e uma das mais prósperas do mundo, não só pela sua posição estratégica - quase no litoral -, mas também porque sediava um maior número de residências de seringalistas, casas bancárias e outras importantes instituições.

No final do século XIX e início do séc. XX, entre os anos de 1880 e 1912, no apogeu da borracha, a Ilha tornou-se um refúgio para descanso dos estrangeiros que trabalhavam em Belém, nas empresas como a Pará Eletric, Amazon River, Port of Pará e outras empresas. Ingleses, franceses, alemães, americanos, portugueses, libaneses e hebraicos estiveram na costa oeste da Ilha e muitos construíram, inclusive no Chapéu Virado, vários casarões, cuja arquitetura é um misto de estilos europeus com a realidade climática local, em traços que vão desde o barroco ao neoclássico.

Os CASARÕES, assim como A FÁBRICA BITTAR em Mosqueiro, foi um marco na história da Ilha, representante até hoje da (esquecida) Belle Époque. Neste contexto surge o aspecto mítico...

Em primeira pessoa do caso reto conto-lhes...

Lembrei-me do velho Felipe, que falava dos mistérios de um pássaro cor-de- ouro, entre outros “CAUSOS”. O velho Felipe um dia contou-me uma historia diferente.
Ele trabalhava na FABRICA BITTAR (fabrica de borracha), localizada no final da Praia do Areião, à margem da Baía de Santo Antônio. Ali era feita a coleta do látex, matéria-prima da borracha; depois era transportada em navios para diversas partes do país. Esta fabrica, hoje, se encontra em ruínas. Na época, a fábrica tinha expediente durante 24h e o velho Felipe era o vigia no período da noite; seu serviço constava em fazer ronda ao redor da fabrica, durante a noite. Ele fazia um percurso que levava cerca de meia hora para rodear a fábrica. Em seguida ficava sentado descansando cerca de 20 minutos em um banquinho de madeira embaixo de uma árvore próximo do rio. Depois fazia tudo de novo, até amanhecer o dia. Em um desses repousos, percebeu que uma jovem muito linda de olhos brilhantes e sorriso encantador aproximou-se dele e, muito delicadamente, lhe deu boa noite. O velho Felipe estranhou a presença daquela jovem naquele horário, que passava um pouco da meia-noite; logo de início pensou que se tratava de uma das filhas do sócio da fábrica. Porém, em seguida, a moça aproximou-se do velho Felipe que, naquela época ainda era jovem, e começou a dar informações sobre quem era ela.

–- Me chamo Iatã, sou filha de Sarão, o Rei que mora aqui embaixo dessa fábrica.
E prosseguiu: -- Preciso informar que meu pai está muito velho e precisa de repouso e você terá a missão de informar aos seus superiores que eles precisam parar de trabalhar à noite. Se isso não acontecer, derrubaremos todo esse prédio em poucos minutos. Para que você saiba que estou falando a verdade, levarei você até o jardim do meu pai.

Nisso, a moça ordenou que o velho Felipe fechasse os olhos e o pegando pelas mãos levou-o a um lugar misterioso.

-- Abra os olhos! ordenou a moça.

Então, o velho Felipe pôde perceber que havia um túnel muito grande com decorações de madeira fina; mais adiante um grande salão de um arranjo de luxo impecável, lustres em cristal fino.

Replicou-lhe a moça: -- Tudo que peço é que faça silêncio; pois, se meu pai acordar, você ficará aqui para sempre.

No salão, em uma poltrona em ouro maciço, repousava um senhor muito bem vestido, barbudo e bastante robusto, que “bufava” em sono profundo.
A moça segurando o Felipe pelo braço levou-o até um enorme jardim em que havia flores de todas as espécies que você possa imaginar entre outras...
Bem no centro do jardim, havia a flor mais linda (UMA ROSA AZUL), que ele jamais havia visto e a única que viu em toda a sua vida...

Iatã falou que ia ensinar uma canção para o Felipe... E, com uma voz melodiosa de anjo, cantou: -- No jardim de meu pai tem flores, ♫
tem flores de todas as cores, ♪ tem até a ROSA DE TODOS OS AMORES. ♫♪♪
Neste momento, Felipe ficou alucinado para pegar a flor. Iatã segurou pelos braços de Felipe com bastante força e o levou de volta até o banquinho que ficava embaixo da árvore, no quintal da fábrica, próximo à margem do rio...
-- O recado foi dado, contava o velho Felipe! Porém, os gerentes não levaram em consideração. Alguns dias depois da aparição da moça e o não cumprimento do pedido, em uma noite escura e chuvosa, houve tremores fortes e, do fundo do mar, surgiu uma enorme SERPENTE que causou o desmoronamento de um dos galpões e muitos trabalhadores ficaram feridos; mais tremores ameaçaram a estrutura de todo prédio. Desse dia em diante, a fábrica não funcionou mais durante a noite.

Se hoje você for visitar o local, ainda é possível ver as rachaduras no prédio.

Ah! O velho Felipe já partiu dessa pra melhor!

Mosqueiro Vírgula. (Isso é cultura para turismo)

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FONTE:

https://www.facebook.com/profile.php?id=100007302125955&fref=hovercard

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