quinta-feira, 31 de outubro de 2013
JANELAS DO TEMPO: O DMER E A ILHA
A ILHA CONTA SEUS CAUSOS: LOBISOMEM
O CÃO SABIA SEU DONO
Narrativa do aluno Victor Nascimento transcrita pela Profª Léa Moraes.
Meu pai conta que, em sua mocidade, certa vez, ao sair com seus amigos para jogar baralho na praça, esqueceu a hora. Naquele tempo, a energia elétrica só ia até determinada hora da noite.
Então, ao voltar para casa, escutou um barulho muito estranho lá para dentro da mata. Olhou e viu um bicho muito feio correndo atrás dele.
Ele correu, correu e, chegando à frente de sua casa, o seu cachorro veio encontrá-lo. O cão viu o bicho e tratou de colocá-lo pra correr. Foi, então, que o bicho correu de volta e o cão salvou o seu dono do lobisomem.
Fernando Gabriel Ferreira – Turma 214 – CB II 1º. ano
A lenda do Lobisomem
Texto de Fernando Gabriel Ferreira – Turma 214 – CB II 1º. Ano
“A lenda do Lobisomem fala de uma criatura que pode ser homem e algumas vezes mulher. O lobisomem pode se transformar em diversas coisas como lobo, porco e até cavalo e gato. Se por acaso você vir uma dessas coisas que esteja agressiva, corra para se esconder.
Para você saber que uma pessoa seja o lobisomem, tente ferir o animal e, no outro dia, se a pessoa estiver ferida naquele lugar onde você feriu, é o lobisomem.”
FONTE: (Lima Gama, Rosangela C. e Santos Andrade, Simei. “Mosqueiro Conta em Prosa e Verso o Imaginário Amazônico”. PMB, 2004, pp. 47 e 49))
terça-feira, 15 de outubro de 2013
domingo, 13 de outubro de 2013
segunda-feira, 7 de outubro de 2013
domingo, 6 de outubro de 2013
A IMAGEM E O TEMPO: A VIRGEM DE NAZARÉ VOLTA À ILHA.
A primeira vez que a IMAGEM PEREGRINA DE NOSSA SENHORA DE NAZARÉ deixou o Colégio Gentil Bittencourt para visitar outra localidade aconteceu no dia 12 de dezembro de 1965. E foi, justamente, a ilha do Mosqueiro que teve o privilégio de receber, com emoção incomparável, a SANTA PADROEIRA DOS PARAENSES, no dia do Círio de Nossa Senhora do Ó. É importante relembrar que a relação da Virgem com a Ilha é muito grande, pois, dos anos 20 aos anos 50, a Imagem conduzida e venerada pelo povo mosqueirense, no Círio local, era a de NOSSA SENHORA DE NAZARÉ.
A VIRGEM DE NAZARÉ NA ILHA DO MOSQUEIRO EM 1965 (A. M. FILHO)
A VIRGEM DE NAZARÉ NA ILHA DO MOSQUEIRO EM 2013 (C. S. Wanzeller)
Nos dias 04 e 05 de outubro de 2013, em uma das peregrinações que antecedem a maior festa religiosa do Pará, a Imagem da Virgem de Nazaré voltou a esta ilha abençoada, para receber o carinho, as homenagens, as preces e as súplicas do povo mosqueirense, paroquianos de Nossa Senhora do Ó e de Nossa Senhora da Conceição.
PESQUISE NESTE BLOG:
http://mosqueirando.blogspot.com.br/2011/09/na-rota-da-historia-virgem-de-nazare.html
quinta-feira, 3 de outubro de 2013
JANELAS DO TEMPO: FAMÍLIAS TRADICIONAIS DA ILHA
Autor: Augusto Meira Filho
“Acreditamos que o lugar denominado “Carananduba” (caranã-grande) é mais antigo do que a “Vila” propriamente dita. Também é evidente que a praia do Murubira, atual, teve origem nas Tribos dos Morobiras, que citamos.
Ariramba, muito mais jovem que os lugares anteriores, é de formação recente e surgiu da necessidade de penetração no conhecimento da Ilha em todos os seus quadrantes. Do Chapéu Virado, passou-se ao “Murubira” via “Porto Arthur”, cuja história se deve a um português amante das belezas e da paz mosqueirense, no começo deste século (séc. XX).
Necessariamente, a curiosidade pública levaria novas aventuras ao interior da Ilha, o que resultaria no conhecimento do Sucurijuquara (povoação antiga) e, depois, no vilarejo conhecido por Baía do Sol, com seus dois bairros distintos: o “Bacuri” e a “Fazenda”. Depois, caminhando para o oriente, temos o “Carreiro” já plantado no início do “Furo das Marinhas”, que separa a Ilha do continente.
Supomos que as populações dessa face norte da Ilha, em frente a Colares de hoje, é a mais antiga habitante de todo o Mosqueiro. Apesar do conhecimento e interesse dos belenenses pela Vila, pois aí se fazia o primeiro porto de acesso fluvial ao Mosqueiro de todos os visitantes que partiam da capital em busca de suas belas praias de água doce, estamos convencidos de que a gente nativa oriunda dos bugres e mesclada com novos colonizadores, descidos do litoral desde S. Luís, primeiro se estabeleceram na costa oriental-norte para, mais tarde, passar à margem ocidental, dado o fluxo de maior intensidade comercial entre Belém e a gente residente na Ilha. Frutos de diversos sítios instalados no interior, – muitas de suas praias tomaram os nomes dessas instalações particulares -- que se disseminaram em toda parte e se tornaram centros propulsores das regiões que centralizavam. Geralmente, famílias inteiras, tradicionais, fixadas em cada região, permitiam essa característica um tanto feudal que durante muito tempo teve preponderância na vida do Mosqueiro. São casos típicos os “Pamplona” no Maraú, os “Silva” na Baía do Sol, os “Amador” no Carananduba e latifundiários como Mimosa Bechara e Benedito Elias, aquela na Vila e este no Mari-Mari, no “Pau Amarelo”, no “Fonte Boa”. Nos velhos tempos, os fundadores da Ilha, em verdade, requereram enormes sortes de terras, léguas de sesmaria todas em Carta de Data, concedidas, na Colônia, pelos representantes do Reino e, no Império, pela Presidência da Província, através da Repartição de Terras, existente para esse fim. Essas propriedades passaram a seus herdeiros e muitas, aos poucos, se diluíram, principalmente as que tinham áreas limítrofes com o litoral das praias, hoje altamente valorizadas, como veremos no seguimento deste trabalho.
Ainda hoje perduram os “Peralta” no Carananduba, os “Travassos” no Paraíso e na Conceição. Também gente estrangeira requereu legalmente sorte de terras na Ilha do Mosqueiro, como os Louchard, os Pontet, os Smith, os Upton, os Kaulfuss, os Arouch e outros.”
“Já nos ocupamos, em largas linhas, das famílias nativas do Mosqueiro e que, quase sempre, se fixaram no passado naqueles lugares característicos de sua ocupação, ainda à época da colonização da Ilha, depois no Império sob o controle dos dirigentes provinciais que nos dirigiram de 1823 a 1889. Muitos de origem estrangeira, esses clãs se caracterizam pela continuidade de sua permanência, lutando para sobreviver, desde aqueles velhos tempos em que os indígenas mantinham ali suas aldeias, suas tribos, sua gente humilde presa à terra pelas tradições nativas do lugar.
Num apanhado a “voo-de-pássaro”, anotamos as seguintes e principais famílias residentes na Ilha do Mosqueiro: em Carananduba – famílias Peralta, Amador e Trindade; na Baía do Sol – os Pamplona, os Pinto, os Travassos, os Silva; os Vale no Sucurijuquara; os Bentes no Pratiquara; os Fróes no Caruaru; os Moraes na Prainha do Farol; e na Vila propriamente dita os Bastos, os Raiol, os Cruz, os Aragão, os Furtados, os Melo, os Bechara.
Toda essa variada gama de habitantes tradicionais do Mosqueiro tem-se desenvolvido constantemente. A Vila, como sede do Distrito, atraiu e fixa a maior parte desses habitadores até hoje, antigos herdeiros de grandes latifúndios de seus avós, como estudamos no início deste trabalho.”
FONTE: MEIRA FILHO, Augusto. “Mosqueiro Ilhas e Vilas”- ED. GRAFISA, 1978- pp. 33, 34 e 99.