sexta-feira, 27 de setembro de 2013

JANELAS DO TEMPO: OS ANTIGOS CONSTRUTORES DA ILHA

Autor: Augusto Meira Filho

Pesquisando tempos antigos no Mosqueiro, encontramos obras de construtores portugueses e que ergueram, no correr das praias e na Vila, edificações típicas do século passado e do começo deste (séc. XX). Observem-se construções na Vila, exatamente inspiradas nas de Belém da mesma época. Nas esquinas de diversas artérias daquela comunidade primitiva da Ilha, há, ainda hoje, prédios comerciais absolutamente idênticos aos muitos existentes na capital. Mercearias e padarias, com azulejos externos, platibandas em balaustradas coroadas de pinhas, brancas, importadas de Portugal.

As residências mais nobres, no Chapéu Virado, naquele estilo campestre ou praiano, de casas de porão alto, habitável, prédio avarandado, fresco, enorme, com telhados em “chalets”, bordados de lambrequins e outros adornos em suas extremidades. Depois, viriam construções apalacetadas, ricas, em estilo curioso, modernizante, como se poderá ainda observar naquele “Retiro Irene” entre o Chapéu Virado e o Farol, que segundo consta foi edificado por Francisco Bolonha, para o colega Engº. Guilherme Paiva, superintendente da antiga empresa inglesa “Port of Pará”, hoje ENASA. Também a maioria dos grandes chalets do Murubira, alguns no Ariramba e muitos no Chapéu Virado obedeceram a um mesmo tipo construtivo que dominou, certo tempo, as edificações na Ilha.

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Vivenda do Sr. Guilherme de Paiva (FONTE: A. M. FILHO, 1978)

Também, na Vila, há dessas construções, já raras, demolidas com o correr dos anos. Uma bela representação posterior está na Vivenda “Canto do Sabiá”, dos Fechter. Outras mansões tipicamente luso-brasileiras se ergueram no início do século. Viriam, depois, obras do velho colega Alves de Sousa Azevedo que se instalou no Chapéu Virado com a família e daí daria ao Mosqueiro muitas construções em “estilo europeu”, que permaneceram.

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Vivenda “Canto do Sabiá” (FONTE: A. M. Filho, 1978)

Com o advento da administração Abelardo Conduru, nas décadas de trinta e quarenta, as obras no bairro do Farol tiveram vários construtores, entre eles o Sidrim (filho), o Arlindo Guimarães, o Judah Levy e o velho Zacarias que se arvorou a engenheiro de seu “Hotel” na ponta do Farol.

As dificuldades de transporte impediam que muitos profissionais fossem construir no Mosqueiro. Falta de materiais, fraca mão-de-obra, contudo belas residências se fizeram na Ilha e que ainda agora são patrimônio particular de muito valor, além de sua valiosa aparência histórica. Carlos Damasceno reconstruiu o hotel do Russo e fez outros serviços espalhados nas praias e na Vila.

Passada essa temporada, Rui Meira fez inúmeras construções residenciais em toda parte da Ilha. Nós construímos, apenas, o nosso “Diamante”. Ultimamente, deve-se ao Engº. Ocir Proença o prédio de apartamentos denominado “Líliam-Lúcia”, no Chapéu Virado, e no Farol a edificação do “Katolé”. O “Tralhoto” e o “Caramujo”, no Farol, são obras do Engº. Rodolfo Fiúza.

Construtores locais, o Noronha e o Waldemar, executam, também, vários serviços no interior da Ilha, na Vila e no litoral.

Uma Estância de Madeiras destaca-se. A do “Antonhão”, na 4ª. Rua e onde se encontram materiais para aplicação nas obras, quando faltam os remetidos de Belém. Antonhão é filho do velho José Bastos que possui família numerosa. No Mercado, a “Chica” e o “Pai-Avô” são seus filhos. E ainda há mais. Ele é um português, vive cuidando de gado e, salvo equívoco, é caseiro do colega Waldir Acatauassu Nunes, na Vila. Noronha tem muita freguesia e seus trabalhos são, preferencialmente, em madeira. É um técnico no assunto.

O Waldemar tem olaria e serraria, Casa de Materiais de Construção e serviço de transporte. Constrói para vender. É mais negociante do que construtor.

Agora – na era da rodovia – muitos são os profissionais que edificam no Mosqueiro. Colegas como Luiz Leite (levanta o Hotel Murubira e outras casas), Nicholas Chase, Milton Monte têm diversas obras no correr das praias. Uma firma subsidiária da Concasa promoveu a construção de um conjunto residencial no Murubira e a ENEL, igualmente, outro belo parque residencial à entrada do Ariramba. Com as facilidades do transporte via terrestre, o número de construções cresceu assustadoramente e são muitos, hoje, os profissionais que estão trabalhando na Ilha do Mosqueiro. No São Francisco, prédios excelentes vão surgindo à beira-rio e a EMBRATEL, também, fixou seu conjunto residencial, à sombra de suas torres, destinado a seus servidores. No fim da Praia da Conceição, na Baía do Sol, Medrado e Pina fundaram seus sítios e, um pouco antes, Rubem Lima mantém sua bela “Fazendola Paissandu”, numa demonstração evidente da propriedade das terras do Mosqueiro, para a cultura agropecuária.

Outras atividades no interior da Ilha são, também, dignas de menção. A Serraria do Benedicto Elias, a antiga Olaria do Velho Guzzo, a “Granja” da Mimosa Bechara e muitas outras indústrias nascentes que se estabeleceram em torno da Ilha do Mosqueiro, às proximidades da Vila propriamente dita.

Operários excelentes, especializados, encontram-se no Mosqueiro. Destacamos todos os membros da Família Cruz, carpinteiros e marceneiros que fabricam mobílias na Vila, apropriadas para casas de campo, e a Família Branco, que possui Oficina de Esquadrias e trabalha nesse mister com reconhecida competência. Há diversas olarias que fornecem material cerâmico às obras locais e algumas serrarias na Baía do Sol que, igualmente, atendem a esse comércio no Mosqueiro. Abrem-se Casas de fornecimento de Materiais de Construção, competindo com o tradicional e antigo “Bazar Guiomar” do “Tiduca”, o amigo número um do Mosqueiro. Sua casa de negócios é, realmente, um bazar. Compra-se do alfinete ao fogão a gás, do carretel de linha ao atoalhado fino, do prego às ferragens mais raras, do cimento e da cal até ferro redondo para concreto. Há de tudo. Sempre um tanto desarrumado, mas que ele, Tiduca, sabe o material onde está. É o negócio do Bazar uma constante na vida do Mosqueiro e até o identifica sob certo aspecto. No ramo, é e continua sendo o maior. Ele e sua Guiomar comandam, ainda, as grandes aventuras do comércio local da Vila do Mosqueiro.

FONTE: MEIRA FILHO, Augusto. “Mosqueiro Ilhas e Vilas”- ED. GRAFISA, 1978- pp. 380, 381, 382 e 385.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

A ILHA CONTA SEUS CAUSOS: LENDAS BRASILEIRAS -- COBRA GRANDE

Autora : Leila Pinheiro

A ILHA CONTA SEUS CAUSOS: A COBRA GRANDE

 

Na Ilha do Mosqueiro, as histórias sobre a Cobra Grande são muitas, vêm atravessando os tempos e ainda assustam as pessoas, talvez pelo fato de a sucuri – uma das maiores serpentes do mundo – pertencer à nossa fauna insular. Aqui existe um rio e um bairro cujos nomes dados pelos índios lembram esse prodigioso ofídio: Sucurijuquara (lugar de sucuriju).

Essas histórias misturam lenda e realidade; fascinando, inclusive, as crianças e enriquecendo o nosso imaginário popular.

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André Penha Azevedo – Turma 222 – CB II 2º. ano

A mulher encantada

Texto de Anderson Chaves, Francisco Araújo e Everton Nazareno Silva – Turma 522 –CB III 1º. ano.

“Era uma vez uma mulher que se virava em Cobra Grande; ela morava numa casa muito longe do rio e quando dava meia-noite ela ia para o rio e se virava em cobra e comia pessoas que pescavam no rio. Cada vez que ela comia uma pessoa, ela passava meses para comer outra. Um dia, um pescador viu a Cobra Grande e ela encantou e mundiou, mas o homem matou a cobra.”

FONTE: (Lima Gama, Rosangela C. e Santos Andrade, Simei. “Mosqueiro Conta em Prosa e Verso o Imaginário Amazônico”. PMB, 2004, pp. 51e 53)

Cobra Grande (Cobra Honorato)

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A Lenda da Cobra grande é uma das mais conhecidas lendas do folclore amazônico que fala de uma imensa cobra, também chamada Boiuna, que cresce de forma gigantesca e ameaçadora, abandonando a floresta e passando a habitar a parte profunda dos rios. Ao rastejar pela terra firme, os sulcos que deixa se transformam nos igarapés. Conta a lenda que a cobra-grande pode se transformar em embarcações ou outros seres. Aparece em numerosos contos indígenas. Um deles conta que em certa tribo indígena da Amazônia, uma índia, grávida da Boiuna, deu à luz a duas crianças gêmeas. Uma delas, um menino, recebeu o nome de Honorato ou Nonato, e uma menina, chamada de Maria. Mas a Índia não queria as crianças e para ficar livre dos filhos, ela jogou as duas crianças no rio. Entretanto as crianças não morreram, e conseguiram sobreviver e se criaram. Honorato não fazia nenhum mal, mas sua irmã tinha uma personalidade muito perversa. Causava sérios prejuízos aos outros animais e também às pessoas.

Eram tantas as maldades praticadas por ela que Honorato acabou por matá-la para pôr fim às suas maldades.   Segundo muitas pessoas narram, Honorato em algumas noites de luar, perdia o seu encanto e adquiria a forma humana transformando-se em um belo e elegante rapaz, deixando as águas para levar uma vida normal na terra.

Para que se quebrasse o encanto de Honorato era preciso que alguém tivesse muita audácia para derramar leite na boca da enorme cobra e fazendo um ferimento na cabeça dela até sair sangue. Porém ninguém tinha coragem de enfrentar a enorme cobra. Até que um dia um soldado de Cametá (município do Pará) conseguiu libertar Honorato do terrível encanto, e ele deixou de ser cobra d'água para viver na terra como um homem e com sua família.

FONTE: http://www.sohistoria.com.br/lendasemitos/honorato/

A Lenda da Cobra Grande

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Arte de Paulo Felipe M. Olimpo--Ticuna - O Livro das Árvores. 1997

Esta é uma lenda muito conhecida pela nossa população. Tem sido tema para nossa música, poesia e folclore. Quando éramos crianças, sempre brincávamos dizendo que embaixo dos edifícios por onde passávamos, poderia estar a tal cobra...

A Lenda

Há muito tempo, existiu em uma das tribos do Amazonas, uma mulher muito perversa que inclusive, devorava crianças. Para por fim a tantas dores causadas por ela, a tribo decidiu atirá-la no rio, pensando que ela morreria afogada e nunca mais viesse a perseguir ninguém. Porém, Anhangá, o gênio do mal, decidiu não deixá-la morrer e casou-se com ela, dando-lhe um filho. O pai transformou o menino em uma cobra, para que ele pudesse viver dentro do rio. Porém, logo a cobra começou a crescer e crescer...

O rio tornou-se pequeno para abrigá-la e os peixes iam desaparecendo devorados por ela. Durante a noite seus olhos iluminavam como dois faróis e vagavam fosforescentes por sobre os rios e as praias, espreitando a caça e os homens, para devorá-los. As tribos aterrorizadas deram-lhe o nome de Cobra Grande.

Um dia a mãe da Cobra Grande morreu. Sua dor manifestou-se por um ódio tão mortal que de seus olhos brotavam flechas de fogo atiradas contra o céu e dentro da escuridão, transformavam-se em coriscos. Depois deste dia, ela se recolheu e dizem que vive adormecida debaixo das grandes cidades. Contam também que ela só acorda para anunciar o verão no céu em forma de Serpentário, ou durante as grandes tempestades para assustar, com a luz dos relâmpagos, as tribos apavoradas.

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Fonte: Jornal "A Crítica", Manaus, AM

Página integrante da seção de Lendas do site de Rosa Clement

FONTE:http://www.sumauma.net/amazonian/lendas/lendas-cobragrande.html

PESQUISE NESTE BLOG:

http://mosqueirando.blogspot.com.br/2011/05/mosqueiro-lendas-e-misterios-fabrica.html

http://mosqueirando.blogspot.com.br/2011/07/mosqueiro-lendas-e-misterios-misteriosa.html

http://mosqueirando.blogspot.com.br/2011/09/mosqueiro-lendas-e-misterios-lenda-do.html

sábado, 21 de setembro de 2013

JANELAS DO TEMPO: TIDUCA, O BAZAR GUIOMAR E O CRESCIMENTO DA ILHA NO FINAL DOS ANOS 70

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BAZAR GUIOMAR – prédio à direita, na Praça da Matriz (FOTO:

Marco Antônio O. Chagas, 1993)

Autor: Augusto Meira Filho

Theodomiro Aragão (...), negociante da Vila do Mosqueiro, é um dos mais antigos, veterano em seu bazar que traz o nome de sua mulher “Guiomar”. É a casa de negócios mais curiosa de todo o Mosqueiro. Sempre abastecida de tudo que uma Vila do estilo do nosso excelente balneário necessita para viver e dar conforto a seus usuários, o Bazar Guiomar é a solução imediata para todos os problemas caseiros que as famílias belenenses precisam, muitas vezes, naquelas paragens, para atender a reparos, consertos, construções, material de cozinha, apetrechos culinários, peças próprias de armazém de ferragens, enfim, tudo o que se torna imprescindível para uma vida no “interior” sujeita às naturais dificuldades do meio, o nosso tradicional Bazar atende satisfatoriamente. Mestre Theodomiro, vulgarmente conhecido por “Tiduca”, honra-se de ter a mais antiga instalação no gênero e, no passado não muito remoto, quando a Vila dependia só do navio-da-linha, a Casa do Seu Tiduca representava uma força, um ponderável suporte na vida e no crescimento do Mosqueiro, em termos de balneário. Nada, absolutamente nada, se faria na Ilha sem o apoio do Seu Tiduca. Vendia de tudo, do alfinete ao rádio, do ralador-de-coco ao fogão a gás. Do prego ao cimento, às encanações, às louças sanitárias, às tintas finas, ao acabamento indispensável às novas construções que surgiam pelas praias, como um verdadeiro milagre. É verdade que seu prestígio cresceu bastante com as rodovias e a ponte, dando ao comércio local outras perspectivas e esperanças. Hoje, proliferam na Vila e no correr das estradas, novas instalações de comércio especializado, para atender aos reclamos do aumento crescente de edificações na Ilha. Não, apenas, casas comerciais, mas, sobretudo casas-de-pasto que surgem nos diversos bairros, permanentemente concorridas e cheias de freguesia alegre e disposta a gastar.

Não há dúvida de que o meio comercial e industrial do Mosqueiro tende a evoluir acompanhando o desenvolvimento do balneário, nas suas mais variadas praias. Embora, agora, seja mais prático e fácil levar-se o material e o pessoal de Belém para a execução dos serviços de obras particulares, contudo, ainda há quem precise adquirir muita coisa na própria Ilha. Madeiras, objetos de cerâmica, telhas e tijolos, tubulações de barro cozido, areia, pedra preta, cal e ferramentas diversas são originários do próprio Mosqueiro, às vezes, em condições e preços melhores que os da capital. É no processo construtivo que se alastra por toda parte, no litoral e no interior insular, que se observa cada dia o engrandecimento de um lugar que, antes do acesso rodoviário, seu progresso parecia preso àquelas condições antigas de dificuldades naturais da única ligação possível com Belém, o vapor dos SNAPP, do qual viveu condicionado o crescimento do Mosqueiro. A arrancada, hoje, é assustadora. Como prevíramos, em trabalhos efetuados sobre o Mosqueiro, sua prosperidade seria função direta do meio de acesso ou transporte de Belém até aquelas plagas, só positivamente garantido com a construção da Rodovia (inicialmente) e, depois, a da Ponte sobre o Canal das Marinhas, facilitando e aproximando a Ilha da Capital paraense..

FONTE: MEIRA FILHO, Augusto. “Mosqueiro Ilhas e Vilas”- ED. GRAFISA, 1978- pp. 100, 103 e 104.

 

MOSQUEIRANDO: Seu Tiduca já é falecido e o prédio onde funcionava sua casa comercial foi demolido há bastante tempo. Entretanto, é inegável a importância do Bazar Guiomar para a história da Ilha, cujo crescimento urbano – como previra Augusto Meira -- segue acelerado, não só motivado pela ligação terrestre com a Capital, mas, também, pelo movimento imigratório, que aumentou, consideravelmente, a população fixa do Distrito.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

CANTANDO A ILHA: LOUVAÇÃO AO MOSQUEIRO

Autora: Celeste Proença

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Entre as publicações de Celeste Proença destacamos os livros de poesias “Louvação ao Mosqueiro e outros Escritos”, “Enquanto o soninho não vem” e “Escorregando no tempo”. Cantando a Ilha-Paraíso, a autora expressa um alegre saudosismo, em versos que tocam profundamente a sensibilidade dos leitores, como nos trechos a seguir:

“É Mosqueiro acordando entre afagos de nuvens
ouvindo murmúrios da mata a se amar
dormindo feliz ao escutar serenatas
em doce ternura da rede a embalar...”

“Oh! pôr-do-sol cor de ouro da minha ilha morena
quase espreguiça de amor, nos braços da tarde amena
numa explosão colorida, resplandecente de luz!”


“Pudesse eu te levar, Mosqueiro, em minha bagagem
e, cansada do burburinho da cidade,
te armasse como a uma rede, num canto qualquer,
num arroubo de saudade, que bem me faria!”


“Ó Deus da beleza, ó Deus das crianças
eu amo esta ilha de sonhos formada
cheinha de afeto, tão apaixonada
qual doce feitiço que faz tanto bem!
Te quero cantando, mais nova, mais bela...”

“Primeiro e doce bem da minha vida

Alegria de adolescente – ilha querida

Relicário de um mundo de emoção!”

“Por isso eternizei Mosqueiro
nesta paz que é só minha
que me enfeita feliz no silêncio da brisa
onde a saudade, às vezes, fica ausente,
porque o presente é o passado versejando
a trazer alegria ao coração da gente!”


“Eu te amo, Mosqueiro, ilha da minha ternura, refúgio do meu lazer,
das minhas grandes recordações...”

Celeste Proença

Natural de Belém do Pará. É professora universitária. Leciona língua Portuguesa e Técnica de Redação. É contista, poeta, trovadora, jornalista, folclorista. Também compositora e cronista. Possui versos musicados pelo seu esposo, Edyr Proença, já falecido. É sócia correspondente da Rádio Internacional Francesa (RIF).

Iniciou sua vida literária escrevendo estorinhas infantis, pecinhas de teatro para alunos do Colégio Nazaré e Colégio Gentil Bittencourt.

Vice-presidente regional da AJEB (Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil). Faz parte da Academia Castro Alves de Letras, da Bahia, e Casa do Poeta, do Rio Grande do Sul. Sócia fundadora da União Brasileira de Trovadores. Fundadora da Associação Paraense de Escritores e pertence à Academia Brasileira de Pesquisas Literárias.

Detentora de vários prêmios de coletâneas poéticas do Brasil, conseguindo o segundo lugar nacional de poesia no Concurso Raimundo Corrêa. Primeiro lugar no 2o  Concurso Paraense de Trovas; primeiro lugar no concurso literário Funtelpa; Primeiro lugar no III Concurso Paraense de Trovas. Menção Especial e Menção Honrosa no IV Concurso Paraense de Trovas. Menção Honrosa no Concurso de Monografia e Poesia, Instituído pela SEMEC, para a comemoração de 300 anos do "Ver-o-Peso". Menção Honrosa e Menção Especial no V Concurso Nacional de Trovas de Belém.

É membro benemérito do Centro Cultural, Literário e Artístico da "Gazeta de Felgueiras", em Portugal. Faz parte do livro "Maromba", primeira antologia de contos e poesias da Associação Paraense de Escritores. Também faz parte da antologia "Ajebianas no Voo da Palavra", lançada pela AJEB-PA.

Seu nome faz parte da coleção de antologias intitulada "Introdução à Literatura do Pará", organizada pelos escritores Clóvis Meira, José Ildone e Acyr Castro. Também é citado em várias páginas no livro do escritor Clóvis Meira, de nome "A Lira da Minha Terra"

FONTES:

http://www.ube.org.br/biografias-detalhe.asp?ID=1229

poesiasparamosqueiro.blogspot.com.br/

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

MEIO AMBIENTE: O TRABALHO NOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE AGRICULTURAS FAMILIARES NA ILHA DO MOSQUEIRO, BELÉM-PA

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Anais da

XI Jornada de Iniciação Científica da UFRRJ

v. 11, n. 2, p. 357-360, 2001

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O trabalho nos sistemas de produção de agriculturas familiares na Ilha do

Mosqueiro, Belém-PA

Ulysses Moreira dos Santos Junior1, Alex Sander Nunes Santos & Lavínia Davis Rangel Pessanha 3

1. Discente do curso de Engenharia Agronômica, UFRRJ, bolsista PIBIC/CNPq; E-mail: paraoca@bol.com.br; 2. Discente do curso de Licenciatura em Ciências Agrícolas, UFRRJ, bolsista do PIBIC/CNPq; 3. Professora Colaboradora, ICHS,Departamento de Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade, CPDA, UFRRJ.

Palavras-chave: Familiar Agriculture, Caboclo ribeirinho, Amazon, no agricultural Activity, Traditional Commumties.

Abstract

In the nearest years the last century, the Amazon land come being object of research and discussion, however few interest has being given for the studies of human traditional communities as the Indians and Caboclos. These suffer significative changes in their life style, specially by the modernization process and, the capitalism influence. However these familiar units for surviving, have used new strategies, for their adaptation, beyond accomplish traditional activity as extractivism, and non-agricultural activities for increase their gain sources.

Introdução

O processo de modernização e a influência cada vez maior do capitalismo sobre as comunidades tradicionais têm causado grandes mudanças em seu estilo de vida.

Essas unidades familiares ao longo do tempo criaram sua própria existência (CHAYANOY INABRAMOVAY, 1992), equilibrando seu trabalho com os esforços físicos e os ganhos proporcionais a esse esforço. Com a inserção dessas unidades familiares no mercado e as dificuldades cada vez maiores destas se reproduzirem socialmente, novas estratégias passam a ser adotadas para conseguirem se adaptar a novas realidades. Para isso as famílias, além de realizarem atividades tradicionais como a exploração de produtos naturais, a fim de aumentarem sua renda e se manterem sobrevivendo, começam a exercer atividades não agrícolas. Este fato é acompanhado por mudanças que

começam a acontecer no meio rural, onde este passa a ser também um local no qual os citadinos buscam melhor qualidade de vida, ar puro, belas paisagens, lazer e tranquilidade, o que se legitima na década de 1990.

Essas pessoas também acabam se integrando com as comunidades locais, onde estas desenvolvem atividades turísticas, eventos culturais e, apresentam sua riquíssima culinária e trabalhos artesanais regionais. E assim estas atividades das comunidades locais conseguem aumentar sua renda. Contudo, atrelado a esses eventos, outro ponto importante entra em cena, que é a ideia de sustentabilidade, cujo objetivo está em desenvolver o conceito de cidadania para todos os povos, com sustentabilidade econômica, política, ecológica e institucional.

O objetivo desta pesquisa consistiu em estudar os componentes sociais dos sistemas de produção, atualmente em uso pelas agriculturas familiares na Ilha do Mosqueiro, Belém-PA, levando-se em consideração as modificações adaptativas desses sistemas ao contexto sócio-econômicos.

Material e Métodos

A pesquisa foi desenvolvida em assentamentos da Ilha de Mosqueiro, Belém-PA, sendo eles Caruaru, Curuçá, Itapeuapanema, Caruaru de cima, Taperinha, Castanhal do Mari-mari, Cantuária, Baía de Santo Antônio e Tucumandeua, realizado entre os dias 15 de dezembro de 2000 a 15 de janeiro de 2001. A realização da observação e do levantamento de dados empíricos ocorreu a partir de um esquema geral de atividades iniciadas com a leitura e seleção de material escrito, onde procuramos informações sobre o local, as populações ribeirinhas, modo de produção, ecossistema local. As técnicas de questionário e de diário de campo, apoiados por entrevistas com ou sem roteiro prévio, foram utilizados para efetivação dos objetivos propostos na pesquisa.

Resultados e Discussão

O caboclo ribeirinho da ilha do Mosqueiro tem sua unidade familiar de produção assentada na mão de obra familiar, com a participação dos filhos maiores e, geralmente da esposa e/ou algum agregado, podendo contar às vezes com a participação de parentes e vizinhos.

Assim percebemos que a forma de exploração familiar nessas comunidades pressupõe uma unidade de produção onde propriedade e trabalho estão intimamente ligados à família (LAMARCHE, 1993; CARNEIRO, 1999). O trabalho familiar é bem diversificado, onde o trabalho pesado é basicamente desempenhado pelos homens e o trabalho doméstico pelas mulheres. Dentre as ocupações podemos citar o artesanato, a fabricação de carvão, o beneficiamento dos derivados da mandioca (tucupi, farinha, tapioca), fabricação de pequenas embarcações, trabalho em sistemas agrícolas e, exploração animal e vegetal.

Contudo, para manterem sua reprodução social, uma estratégia que estas pessoas passam a adotar é a de exercer atividades não agrícolas, como podemos citar os professores, merendeiras, agentes comunitários, vigias e pilotos de barcos. E com isso começa a aparecer uma camada relevante de pequenos agricultores que combinam a agricultura com outras formas de rendimento (GRAZIANO in CARNEIRO, 1998). Parte dos produtos necessários para a sobrevivência das famílias provem das atividades realizadas por eles como o camarão, a mandioca e seus derivados, os remédios provenientes de plantas medicinais, fontes de energia como o carvão, madeira para a construção e manutenção das palafitas e outros produtos extraídos da floresta como o açaí e a castanha do Pará. No entanto, esta caracterização da produção familiar está tendendo a mudanças, uma vez que o mercado regional de trabalho e produtos vem aumentando a necessidade de força de trabalho disponível para produzir lucros, seja pela sua mobilidade, seja pelos preços de seus produtos no mercado. A tecnologia utilizada pelos ribeirinhos da Ilha se baseia praticamente em instrumentos tradicionais como a enxada e o terçado, utilizados na lavoura e na floresta, o matapi, o puçá e a tarrafa, utilizados na pesca e, o tipiti e a peneira utilizados no beneficiamento de derivados da mandioca. A prática de preparo de terreno para plantio é a coivara, que se baseia na derrubada, rebaixamento, queima, encoivaramento e limpeza. Quanto aos insumos químicos, mecânicos e biológicos foi observado e constatado que não são utilizados pelos agricultores das comunidades caracterizando mais ainda o emprego de tecnologias rústicas e tradicionais. Essas comunidades têm, nas atividades extrativas, sua principal fonte de recursos, tanto para autoconsumo como para a comercialização. A diversidade de produtos retirados da floresta propicia-lhes uma autonomia de vida socialmente justa sem causar danos ao meio ambiente, porém é tida como atrasada por não ter vivenciado um modelo único de modernização da sociedade (ALMEIDA, 1997). Dentre as atividades extrativas, a pesca possui uma posição especial, sendo esta a principal fonte de proteína. A pesca de camarão é uma importante fonte de alimentos para consumo e renda dessas comunidades. As espécies de peixes extraídas dos rios e igarapés são o tucunaré, a pescada branca, a dourada, o bacu, o jacundá entre outros. Esses são salgados e presos para secagem no telhado para posterior armazenamento. A floresta, assim como os rios e igarapés, oferece um número grande de palmeiras utilizadas economicamente como fonte de subsistência e renda de tais populações, como podemos destacar o jupati, o inajá, o miriti, a pupunha, o arumã, e o açaí. Estes podem ser utilizados para a fabricação de artesanatos, como cobertura de casas, fonte de energia, utensílios, frutos e palmitos. A gama de produtos naturais oferecidos pela selva propicia a autossustentação dessas comunidades, porém seus produtos são poucos valorizáveis por serem ditos que não agregam valores e desta forma sofrem uma exclusão política de mercado (DRUMMOND, 1998).

As comunidades ribeirinhas realizam atividades agrícolas principalmente para a produção de mandioca e milho, mas ultimamente devido a grande exploração econômica da floresta, em decorrência da demanda mercadológica dos grandes centros, várias espécies foram devastadas e não são mais encontradas com facilidade. Tais atividades extraídas que se desenvolvem há muito tempo, como a extração de madeira, seringa, açaizeiro foram sendo devastadas dando lugar aos processos de urbanização (CARVALHO, 1999). O sistema de produção dessas comunidades é baseado no conhecimento empírico acumulado pelas populações ao longo do tempo. Tal sistema é baseado na microrregião e não segue uma lógica técnica padronizada. Devido a isso tal sistema torna-se bastante diferenciado sendo desde cultivos de milho, até sistemas mais diversificados utilizando também frutíferas, sistemas agroflorestais com diversidade bem maior inclusive com espécies nativas. Está se tornando bastante comum a formação de quintais em volta das casas, onde são plantadas culturas permanentes, principalmente o açaí e eventualmente o maracujá, a banana e, mais afastado da moradia o murici, pimenta do reino e gengibre, sendo essas culturas em expansão. A mandioca representa o principal produto de beneficiamento, pelo qual se fabrica tucupi, farinha, farinha de tapioca e crueira utilizados principalmente como base alimentar, além de ser uma importante fonte de renda. Esses agricultores possuem áreas de plantio mais sustentáveis, com combinações de espécies de culturas anuais com a de frutas ou árvores, adotando práticas e técnicas de manejo compatíveis com as práticas de população local (KING & CHANDLER, citado por DRUMMOND, 1998). Isto é verificado quando se plantam fruteiras como murici, bacuri, açaí e, enquanto elas crescem, se plantam mandioca, milho, maracujá, pimenta do reino e banana, cultivando assim através de técnicas agroflorestais, que são muito bem adaptadas e adequadas à região Amazônica. A demanda de produtos gerados pelo aumento da população nas cidades, o aumento das atividades turísticas e a abertura do mercado a nível internacional têm gerado uma possibilidade de exploração maior do trabalho, com consequente regulamentação de um mercado que cada vez mais valoriza a competição e a eficiência. O consumo de produtos atrelado ao crescimento urbano tem aumentado desordenadamente impondo regras, concentrando rendas, supervalorizando a terra e destruindo a economia natural. Os pequenos agricultores acabam sufocados e pressionados pelo sistema econômico vigente e se modernizam para que possam conseguir algum apoio. Ultimamente, esses agricultores tradicionais fazem parte de um mercado informal, em cujas atividades são adotadas as normas e regulamentações que prevalecem no setor e são isentas dos tributos fiscais (WILKINSON, 1999). Porém, raramente, esses obtêm preços justos e condições adequadas de trabalho, mas mesmo pobres em recursos econômicos, possuem uma riqueza em produtos naturais potencializados por uma condição autossustentável. Os agricultores ribeirinhos através do beneficiamento da mandioca colocam, no mercado municipal da vila, a venda de tucupi, farinha e tapioca, essenciais na preparação de pratos típicos como tacacá, chibé, tapioquinha, beiju, pato no tucupi, mujica, arubé. O açaí é entregue diretamente a um comerciante que possui despolpadeira mecânica. A unidade de venda dos agricultores é denominada rasa, ou seja, uma lata com 14 litros de açaí como fruto integral. O comerciante fica encarregado de embalar e vender a polpa ao consumidor obtendo melhores lucros. Os agricultores ribeirinhos têm como produto principal de comercialização o camarão, que é vendido para os quiosques, na feira do mercado municipal e também diretamente aos consumidores, sendo vendido cozido com água e sal. Na feira são oferecidos também plantas medicinais e frutos variados. Além da feira, são vendidos frutos como uxi, castanha do Pará, taperebá para marreteiros (atravessadores). Tais produtos são transportados em canoas pelos próprios agricultores, utilizando mão-de-obra unicamente familiar e em condições rústicas.

As populações tradicionais na Amazônia vêm, nas últimas décadas, passando por um rápido processo de transformação, tanto que não se encontram mais com tanta frequência assentamentos tradicionais com uma economia dependente da exploração de produtos naturais. Contudo, esse ritmo de mudanças era menos acelerado e o impacto parecia ser menos traumático que nas três últimas décadas. Infelizmente esse é o resultado de um modelo de desenvolvimento implantado na região e edificado sob critérios exógenos, econométricos e pouco éticos e ecológicos. Esse modelo de desenvolvimento vem sendo utilizado nos moldes de capitalismo, a partir do qual as formas de sociabilidade, padrões, prazeres e ideais passam a ser regidos. Com isso, novos rumos passam a serem traçados no espaço rural onde as populações tradicionais estão estabelecidas. Esse espaço rural, como diz Graziano da Silva (CARNEIRO, 1998), não se define mais exclusivamente pela atividade agrícola, e tomando-se por base a população da ilha do Mosqueiro, as atividades extrativistas. É significativa a redução de pessoas residentes no campo exercendo atividades agrícolas extrativas e o aparecimento de uma camada relevante de caboclos que combinam a agricultura e o extrativismo com outras fontes de renda. Esse fenômeno é chamado de pluriatividade e apesar de antigo começa a se moldar ás novas tendências. Essa área onde foi desenvolvida a pesquisa fica na ilha do Mosqueiro, sendo esta um grande polo turístico. Essas populações sofrem grande influência dessa atividade, pois é na época das férias que elas conseguem aumentar a sua renda. Outro fator é a procura crescente de formas de lazer e até mesmo de meios alternativos de vida, por pessoas vindas das cidades. Esse movimento, que se inicia de forma tímida no Brasil na década de 70, expande-se e encontra a sua legitimidade na divulgação do pensamento ecológico nos anos 90 (CARNEIRO, 1998). Esses assentamentos começam a ser alvos de diversas visitas feitas por pessoas que buscam um maior contato com a natureza amazônica e, aproveitando o potencial turístico que a ilha já tem (com suas praias de rios), a prefeitura começa a pensar em investir nessa atividade. Contudo, alguns problemas podem surgir com o turismo, como os conflitos entre a cultura autóctone e a cultura dos turistas e a degradação do meio ambiente. Essas novas tendências se não forem bem direcionadas podem impor uma nova forma de exclusão social, onde as pessoas que não se enquadram nesse modelo caem na miséria, podendo em um espaço curto de tempo deixar de existir e/ou perder suas características tradicionais, e as pessoas que se enquadram fiquem cada vez mais subjugadas e dependentes, podendo perder sua riqueza cultural. E, quando hoje discutimos sobre a erosão genética, acabamos perdendo a noção de que outro perigo rodeia a região, que é a erosão cultural de um povo que possui uma história milenar.

Conclusões

Entendemos que tais comunidades ribeirinhas vivem em um ecossistema de floresta tropical úmido, onde a existência e a riqueza vegetal e animal colocam diversas possibilidades de vida a um povo. Toda essa comunidade convive perfeitamente bem com os valores construídos a partir de um meio natural e equilibrado; porém são considerados no âmbito do senso comum como sendo um dos mais pobres do Brasil. Como negar toda a vivência e história de um povo por julgá-los atrasados e ignorantes? A nosso ver, não é possível negar o conhecimento empírico e a gama de valores desse povo. No entanto, percebemos que estão excluídos e relativamente isolados do sistema econômico e do modelo de desenvolvimento vigente. Tais grupos não poderiam ser positivamente avaliados pelo que têm de diferente e original, ao invés de serem vistos como detentores de um modo de vida “atrasado”? Têm que mudar para se adequar a um modelo de vida mais “moderno”? Percebemos que a subsistência e os recursos naturais são variáveis, que se cruzam necessariamente para a reprodução social da população cabocla da Ilha do Mosqueiro, que deveria ter garantido o direito à vida, à permanência em seus tradicionais locais de moradia e o respeito aos seus códigos éticos, de modo a se inserir no processo de modernização com dignidade. Com isso percebemos a importância de se pensar em modelos de desenvolvimento realmente adequados à realidade das populações tradicionais da Amazônia. É necessário que ocorram investimentos econômicos e políticos adequados, baseados não somente no pensamento gerado nas academias e instituições públicas, mas tomando como base o conhecimento localmente produzido, de modo a contribuir para o fim desse processo inicial de devastação da cultura e do ambiente onde os caboclos e indígenas estão inseridos.

Agradecimentos e Auxílio Financeiro

Agradecemos à Reitoria da UFRural RJ, ao Decanato de Assuntos Estudantis e ao Decanato de Extensão por terem apoiado o projeto de pesquisa VER - O - PARÁ de Perto: Ação e Integração e financiado parte das atividades, aos Senhores Humberto, José Carlos, Prof. Carlos Mathias e Prof. Claudionor Wanzeller por terem nos acompanhado durante todas as atividades que realizamos, à Barraca La Castanhola, EIDAI do Brasil Madeiras S.A, Estância São Sebastião, Colgate, Grupo Ecológico Artístico Ecoarte, E. E. Ens. Fund. e Médio Prof. Honorato Filgueiras, LOTERPA e ao Governo do Estado do Pará pelo apoio financeiro e logístico, ao aluno Helson Mário pela ajuda na confecção deste trabalho, aos integrantes do projeto de pesquisa e ao Coordenador Edmilson Macedo dos Santos cuja ajuda foi de suma importância e sem a qual não seria possível desenvolver este trabalho.

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Referências Bibliográficas

ABRAMOVAY, R. Paradigmas do capitalismo agrário em questão. São Paulo: Hucitec, 1992.

ALMEIDA, J. Da ideologia de progresso à ideia de desenvolvimento (rural) sustentável. In: Revista da Associação Brasileira de Educação Agrícola

Superior. Brasília - DF, 1997.

CARNEIRO, M.J. Agricultores familiares e pluriatividade: tipologias e políticas. In: Mundo Rural e Tempo Presente. Rio de Janeiro: Mauad, 1999.

_________. Ruralidade: novas identidades em construção. Rio de Janeiro: Estudos Sociedade e Agricultura, 11, 1998.

D’INCAO, M.A. & SILVEIRA, I.M. (orgs). A Amazônia e a crise da modernização. Belém: Museu Paraense Emílio Goeldi, 1994.

DRUMMOND, J.A. O manejo agroflorestal científico como um uso alternativo de recursos naturais na Amazônia brasileira. Rio de Janeiro:

Estudos Sociedade e Agricultura, 11, 1998.

LAMARCHES, H. (coord.). A agricultura familiar. Campinas: Unicamp, 1993.

WILKINSON, J. & MIOR, L.C. Setor informal, produção familiar e pequenas agroindústrias: interfaces: Rio de Janeiro, Estudos Sociedade e Agricultura, 13, 1999.

Imagens:

http://ecomuseuamazonia.blogspot.com/.

http://mosqueiroambiental.blogspot.com/

FONTE:http://mosqueiroambiental.blogspot.com.br/2013/08/o-trabalho-nos-sistemas-de-producao-de.html

MOSQUEIRANDO: O trabalho de pesquisa acima foi realizado no final do ano 2000 por alunos da UFRJ, com o apoio logístico da E. E. Honorato Filgueiras da ilha do Mosqueiro. Passaram-se doze anos e vêm à nossa mente perguntas cruciais: O que mudou nesse período de tempo? Em que melhorou o estilo de vida das populações locais? Precisamos respondê-las.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

EVENTO CÍVICO: DESFILE DA SEMANA DA PÁTRIA

Em comemoração à Semana da Pátria, instituições de ensino das redes estadual, municipal e privada, além de unidades militares, realizaram um desfile com muito entusiasmo, na Praça da Matriz, abordando atividades sociais e culturais desenvolvidas na Ilha ou temas relacionados à segurança, observando-se, também, alguns protestos inteiramente pacíficos.

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quarta-feira, 4 de setembro de 2013

EVENTO CÍVICO: DIA DA PÁTRIA




No dia 7 de setembro de 1822, as tranquilas margens do riacho Ipiranga, em São Paulo, ouviram o grito de liberdade do heroico povo brasileiro, nas célebres palavras do Príncipe Regente D. Pedro, as quais ecoaram por todo o país: Independência ou Morte!
Assim, o Brasil conquistava, naquele instante, a sua autonomia política.
Mas, e a Pátria? A Pátria somos nós: a família, as pequenas e grandes comunidades, a sociedade como um todo, com suas diferenças de raça, cor, sexo, religião, classe social, formação intelectual e condição econômica.
E nós somos livres? Somos, mas não todos, pois a liberdade da Pátria é algo que se conquista nas lutas de todos os dias, lutas por direitos sociais, por políticas públicas, pela Vida.
E nessas lutas diárias, ferrenhas, constantes, em vez da independência tão almejada, muitos brasileiros encontram a morte, como escravos das drogas e do trabalho escravo ou como vítimas fatais da falta de segurança, da violência, da guerra urbana, do trânsito louco, da miséria, da falida saúde pública, da indiferença e da injustiça social.
Comemorar o Dia da Pátria é, sobretudo, festejar as nossas vitórias de cada dia, o respeito aos direitos conquistados, a consciência do dever cumprido, o exercício dos princípios democráticos com nacionalismo e dignidade.
Nosso povo, seus representantes políticos e suas autoridades estão deveras preparados para essa comemoração?


segunda-feira, 2 de setembro de 2013

CANTANDO A ILHA: MOSQUEIRO

Autora: Celeste Proença

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Praia do Chapéu Virado (FOTO: JCSOliveira)

Ilha morena dos meus sonhos de criança
quando o amor era a centelha da esperança
cantarolando no meu coração.


Primeiro e doce bem da minha vida
alegria de adolescente - ilha querida
relicário de um mundo de emoção!


Como eu te amo e me envaideço deslumbrada
de sua a tua eterna namorada
ignorando o tempo que se foi...


A madrugada te adormece, de mansinho
buscando nas estrelas mais carinho
e no rosto do tempo mais luar.


Por isso é que no teu aniversário
caminhamos nos braços da saudade
acalentando o nosso amor em pensamento.


E no topo do mundo cantei felicidade
e me embrulhei na tua eternidade
amando-te ainda mais no caminho do vento!

FONTE: http://poesiasparamosqueiro.blogspot.com.br/2010/06/mosqueiro.html