quinta-feira, 1 de agosto de 2013

A ILHA CONTA SEUS CAUSOS: O BOTO

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Helen Rafaela da Silva Araújo- CBI 2º. ano – E. M. Maria Clemildes

O rapaz encantado

Texto de Rafaela Vanessa Melo Santos – Turma 621 - CBIII 2º. ano

“Dizem que o Boto é um homem encantado que em noites de lua cheia sai das águas para encantar as moças nas festas na beira da praia”.

Ele usa roupas brancas e chapéu branco para ir nas festas e as moças se apaixonam por ele, que as convida para tomar banho. Ele entra na água e elas entram também em busca do seu amor, e nunca mais voltam para casa.”

O boto sedutor

Texto de Eweton Alan, José Nilton e Elói Fróes – Turma 522 – CBII 2º. ano

“Diz a lenda que o Boto costuma aparecer sempre nas noites de lua cheia; ele sempre costuma seduzir as mulheres e elas caem nas garras dele e engravidam. Depois o boto volta para o rio e depois de um tempo ele aparece de outra forma.”

O peixe homem

Texto de Victor Diogo da Silva Cardoso – Turma 124 – CBI – 2º. ano

“O Boto é um golfinho que tem um buraco na cabeça e se transforma em um homem que atrai as mulheres.”

FONTE: (Lima Gama, Rosangela C. e Santos Andrade, Simei. “Mosqueiro Conta em Prosa e Verso o Imaginário Amazônico”. PMB, 2004, pp. 63, 65, 66 e 67)

Sobre o Boto:

Trecho do PAINEL DE LENDAS & MITOS DA AMAZÔNIA, trabalho premiado (1º lugar) no Concurso "Folclore Amazônico 1993" da Academia Paraense de Letras, escrito por FRANZ KREÜTHER PEREIRA.

“Para se livrarem da "influência" do bicho, os caboclos vão buscar ajuda na magia, apelando para os curandeiros e pajés. O primeiro com suas rezas e benzeduras exorciza a vítima, e o segundo "chupa" o feto do ventre da infeliz. É esse Don Juan caboclo, o sedutor das matas, o pai de todos os filhos cuja paternidade é "desconhecida", que deu origem a deliciosa expressão regionalista: "Foi o boto, sinhá!"

A credibilidade no mito é tamanha que há casos de pescadores perseguindo e matando o pobre cetáceo, por achá-lo responsável pela gravidez indesejada de suas filhas ou mulheres.

Na magia nativa ou pajelança, os órgãos sexuais, tanto do macho quanto da fêmea, possuem propriedades afrodisíacas extraordinárias e podem ser facilmente encontrados no mercado de ervas do Ver-o-Peso, em Belém*. Também, nessas barracas especializadas se pode comprar os olhos do boto, que possuem qualidades talismânicas excepcionais quando preparados - ou como dizem os caboclos: "curados" - por um pajé. Segundo os expertos no assunto, é o olho direito o portador das propriedades mágicas. Este, depois de seco, produz um ruído quando é sacudido, mas alguns barraqueiros já introduzem um granulo no interior do olho esquerdo, antes que esse seque, para que passe pelo verdadeiro olho direito do boto.

Dizem, também, que os dentes do boto podem ser usados no combate às dores da primeira dentição, e os miolos podem ser empregados numa beberagem que coloca a pessoa que bebê-la, sob o domínio e poder de outra. A gordura extraída do peixe-boto dá um excelente azeite para candeeiros, mas dizem que pode causar cegueira.

Há muitas histórias sobre o boto. Um relato curioso foi colhido pelo Padre Alcionilio Brúzzi 4, por volta de 1952. Conta esse missionário que na tribo Taryana, do povoado Araripirá, no Rio Uaupés, uma antiga aluna da Missão de Iauareté, casou-se com um moço Tukano [...], outro rapaz queria tê-la como esposa, e por vingança, indo certa vez em passeio pelo mato com o marido dela, deu-lhe a pegar uma folha de pirá-yawáre-púri, planta do boto". O relato contínua informando que certo dia "o marido ficou como boto", isto é, resfolegando como faz o boto fora da água, até que por fim mergulhou no Rio Negro, lá em Tapurucuara - antiga Santa Izabel -. Patrícia Izabel, a narradora do fato que o Padre Brüzzi transcreveu, informa ainda que o marido enfeitiçado ficou durante o dia todo dentro da água.

Os botos o empurraram para a terra e ele "virou gente outra vez, e várias vezes" ele tem virado boto".”

FONTE: http://siabi.trt4.jus.br/biblioteca/acervo/Biblioteca/ebooks/pereira_painellendasamazonia.pdf

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