Praia do Areião, onde história, tradição, religiosidade e folclore se misturam, onde tupinambás e antigos pescadores fizeram seu porto seguro e os primeiros estrangeiros se banharam, reúne, neste Verão 2012, famílias da Vila.
Praia do Areião, onde história, tradição, religiosidade e folclore se misturam, onde tupinambás e antigos pescadores fizeram seu porto seguro e os primeiros estrangeiros se banharam, reúne, neste Verão 2012, famílias da Vila.
Praça da Matriz – Julho de 1968.
Praça da Matriz – Julho de 2012.
FOTO 1: Fonte: PENTEADO, Antonio Rocha. Belém – estudo de Geografia Urbana.
Belém: UFPA, 1968, p. 385, v 1.
FOTO 2: C. S. WANZELLER
PESQUISE NESTE BLOG:
A IMAGEM E O TEMPO: PRAÇA DA MATRIZ
JANELAS DO TEMPO: A PRAÇA É DO POVO
A briga com os carregadores do Trapiche da Vila
Narrativa de Joseph e Alexandre Farah (entrevista concedida a Coely Silva)
“DUQUE: Batendo um papo com o André (André Costa Nunes, diretor comercial de O ESTADO DO PARÁ e velho amigo dos Farahzinhos) soube que vocês foram expulsos uma época do Mosqueiro.
JOSEPH: Não havia essa probabilidade, inclusive, nós tínhamos comissários de polícia com ordens especiais do todo poderoso caudilho Magalhães Barata pra seguir e guardar a segurança dos Farahzinhos. Houve inclusive um caso muito esquisito em Belém: eu percebi que estava sendo seguido por um homem muito grande, um cara forte, cara de cangaceiro e eu dava drible no cara, tomava ônibus, descia, tomava outro, armei as maiores arapucas pro cara e o cara não descolava das minhas costas. Então eu cheguei com o Papai e disse: “Olha, papai, é preciso tomar umas providências, eu estou sendo perseguido; tem um homem muito forte, cara de cangaceiro me seguindo; há dias que eu venho driblando o cara e ele não sai do meu calcanhar”. Ele disse: “Ora menina, non se preocupe, son seus guardas-costas.” E eu perguntei pro velho: “Mas há quanto tempo?” “Há muitas anos.” “Pô, só agora que eu vim saber!”
ALEXANDRE: E tem o seguinte: a influência que o papai tinha com o baratismo...
JOSEPH: Quem mandava nessa terra aqui era por tabela o papai, que financiava o PSD. Ele comprou o Liberal e pela ata de fundação os três proprietários do Liberal eram o papai, Raymundo Farah, o meu tio Felipe Farah e um português chamado Bordalo. O fato de todos serem estrangeiros, a legislação brasileira não permitia. O Dr. Octávio Meira encontrou uma solução: eles transferiram as ações pra esposa do Barata, pra Dona Georgina. Por exemplo, o nosso hotel, o Rotheesserie-Suisse só tinha duas utilidades: era servir ao PSD e ao Clube do Remo. De maneira que não existia por parte das autoridades nenhuma repressão contra os Farahzinhos e nossa família. Os nossos bisavós e tios foram presidentes do Tribunal Regional do Estado durante quarenta anos consecutivos – de 1913 a 1953. O que acontecia é que a gente fazia tanta bandalheira, tanta baderna que o clima, às vezes, ficava mais hostil por parte daquelas pessoas que eram gozadas, mas elas nunca levaram a consequências drásticas.
JOSEPH: E aqui pra Mosqueiro, o papai nomeava todos os delegados e tinha um tenente, o Francelino, que o papai – pra haver uma cobertura mais efetiva – prometeu a major. Outro dia, eu encontrei com ele e ele me disse: ”O seu pai conseguiu um fato na história militar brasileira: me nomeou de tenente a major por decreto.” Esse major Francelino foi delegado aqui do Mosqueiro durante mais de vinte anos e nos dava toda cobertura.
ALEXANDRE: Nós fomos algumas vezes presos, porém mais por uma questão de resguardo pessoal. Ocorreu um incidente com esse major, nós de início ficamos aborrecidos, chamamos ele: “Olhe, major, o senhor é um homem ingrato. Foi o único oficial dos bombeiros promovido três vezes por decreto, num mesmo ato, pô, um atrás do outro, história inédita, e nos agradece jogando num xadrez imundo. Ele disse: “Tenham calma, tenham calma!”
JOSEPH: Foi a famosa porrada com os estivadores.
ALEXANDRE: Porque os Farahzinhos foram umas criaturas e ainda são... Eles continuam vivos na imagem de toda geração, daquelas pessoas que são alegres. Nós nunca andamos com uma arma na cintura, apesar de sermos descendentes de sertanejos, e nosso pai veio impregnado do espírito europeu de liberalismo, sempre dialogou com os filhos, nunca bateu. Mas ocorre o seguinte: na hora da porrada, o negócio era de rebolar mesmo. Nós tínhamos chegado da cidade de Nova Friburgo e estávamos fortes, pesados e fomos tratar um assunto a pedido do fazendeiro José Júlio Bezerra, com autorização do delegado, porque não se podia chegar à ponte sem autorização da polícia. E lá, estabeleceu-se um desentendimento com os carregadores, que eram homens muito rudes, fortes: havia caído uma maleta que um deles carregava e houve insultos dos trabalhadores, com imediata reação do Joseph. E desandou uma terrível luta corporal que deixou todo mundo estarrecido, porque os Farahzinhos lutaram com doze estivadores durante 45 minutos e ficou empate: eram bofetões de lado a lado e nós que tivemos educação esportiva privilegiada – fomos alunos do Seu Poti na Academia Jack Dempsey e do Prof. Yamada em judô e sempre fomos moleques de rua, aprendendo a brigar na zona boêmia e a se safar das confusões e vai pegando aquele jeito de corpo, aquela malandragem. Então causou um enorme espanto a toda a população do Mosqueiro, inclusive um carregador chegou até a puxar uma faca e só não esfaqueou porque o carregador nº. 5 impediu, mas não terminava nunca a briga. O Dr. João Batista Klautau de Araújo, que já era juiz de Direito, apelou pro seu cargo, mas não foi atendido e era esbofeteado também. O comandante Hosana teve que descer com toda a sua tripulação e fez uma ocupação militar na cabeça da ponte, no pontão chamado “Gregório”, porque o navio era o “Presidente Vargas” e atracava no pontão (balsa), que era preto. E o Zé num massacre total, abraçado pelo carregador nº. 40, que era do tamanho de uma Kombi, que era do Dr. Amilcar Cabral. Então chegou a polícia e nos levou presos. O Dr. João Batista Klautau se identificou e o receio do delegado era que nós poderíamos ser linchados. Existia um clima de tentativa de linchamento: a classe dos estivadores de Mosqueiro reunida em assembleia geral determinou que nós fôssemos linchados. O nosso advogado foi espancado, desmaiou na delegacia e saiu carregado pelos padres e pelas carolas que diziam: “O Dr. Catulau, bateram nele.” E botaram na Igreja: “Não, Dr. Catulau, o senhor está bem guardado aqui”. O delegado, com muito jeito, conseguiu dispersar os trabalhadores e o João Batista conseguiu levar três juízes, inclusive um juiz federal, o Dr. Figueiredo, mas não conseguiu nos soltar; o delegado estava irredutível. Foi quando às 5 horas da manhã – e o Dr. João Batista, inconsolável, sentado na porta de uma pensão – o José da Cunha Gonçalves sugeriu que fosse localizado o tenente Cabral; então nós fomos soltos.
JOSEPH: Pô, nós éramos bons moços. Um cara que nunca pegou um porre, nunca levou um bofetão, não fez boemia, nunca foi preso, não viveu a vida.
ALEXANDRE: A gente sempre foi contra o bom-mocismo, o carreirista disfarçado, o almofadinha. Porque o bom-moço é um carreirista e é um disfarçado, um falsário.”
FONTE: Silva Coely. Especial de Férias de O Estado do Pará, de julho de 1978.
Autor: Prof. Alcir Rodrigues
É noitinha ainda...
Arremesso longe a linha de pescar:
quase pesco toda a conjunção
interplanetária que no céu desenha
uma geometria triangular ―
Vênus, Marte, Júpiter e Saturno
derramando brilho nas águas
mornas da Baía-do-Sol,
onde me banho, à espera de
um improvável peixe fisgado
pelo meu azarado anzol canhoto.
Na verdade, a pinga já me fisgou
por completo, quase...
...me levando embora,
ou nos calientes braços de Iemanjá
(para o fundo das águas),
ou, quem sabe, nas asas dessa imensa
escura ave, chamada
noite de Anhangá,
rumo aos milhares de olhos que piscam no céu...
Por trás da fogueira,
a barraca de camping
abriga os companheiros irmãos,
talvez sonhando com a Boiuna-Luna
de Macunaíma, astro flutuando
e distribuindo sua claridade
em gotas fosforescentes pingando
que nem sereno nesta praia-paraíso,
espocando no contato com as chamas
da fogueira deste improvisado acampamento.
Além dos habitantes da barraca,
também dorme um sono dos justos
a Ilha do Maracujá, logo ali e ao largo
―na ilharga da praia―,
um arremate no recorte da enseada,
como um barco ancorado, sempre a partir,
e sempre a ficar,
encalhado na terra e na memória,
beleza de areia, pedras e vegetação:
um oásis para os enamorados corações.
Não vejo por aqui-agora nem Eva nem Adão,
apenas a serpente:
uma jiboia, um ofídio sem peçonha...
Inoculada em mim, sabe lá
por qual deusa ou deus,
uma outra peçonha ― um feitiço que me traz de volta
sempre ao Paraíso, e sua maçã
estampa-se no cartão postal
que me rodeia: são águas
areias
céu nem sempre azul com muitas nuvens
barracas e barrancos
Ilha
rochas
baía
as canoas
o verde da vegetação e a casa colonial
a conversa e a pinga
o dominó, o baralho
as caminhadas em grupo
a fogueira com a panela
na lenha em brasa
os banhos nas ondas a lavar
o corpo e extirpar o suor
do excesso de cachaça
Foi belo o dia chuvoso,
mas a noite é encantadora...
As sombras do arvoredo dançam,
como as sombras na Caverna de Platão
a emparedar em mim um ethos ou ideário
com ares de soturnidade...
Talvez porque todos dormem,
e eu nem a garrafa me conduz
ao mundo de Morfeu...
A Lua levitando
no profundo éter noturno
geometriza no olhar
um quadro de indistinta proporção
e intangível equidistância
com a conjunção dos planetas,
astros imantados atraindo
este pescadorpoeta noctívago
banhando-se na mancha láctea
fosforescente replicada do céu
no piso líquido da baía,
esta que me traz a aromática
aragem cálida como mensagem
de uma nova vida, novo princípio...
Isso porque já amanhece o dia: a manhã beija
em brisa friazinha meu rosto insone...
As nuvens leves flutuam não só no céu,
mas muito mais em minha quase inconsciência...
Já ouço murmúrios de dentro da barraca.
Talvez agora seja o momento de levitar.
Meus pés me arrastam para fechar
os olhos e poder esquecer de quase tudo...
FONTE: http://moskowilha.blogspot.com.br/2012/04/o-paraiso-e-um-acampamento-em-91.html#links
Quando, recentemente, estivemos no Rio de Janeiro, visitamos a Igreja de Nossa Senhora da Penha. Não fomos apenas à busca de um famoso ponto turístico da cidade, mas, sobretudo, movidos pela fé cristã. A localização, as escadarias, as linhas arquitetônicas e a beleza do templo deixaram-nos realmente extasiados. Conhecemos também a Capela do Sagrado Coração de Jesus, que integra a estrutura do Santuário. Na ocasião, tivemos a oportunidade de divulgar a nova Imagem de Nossa Senhora do Ó da Ilha do Mosqueiro e indicamos às pessoas interessadas as informações coletadas por este blog.
Queremos agradecer ao Sr. Bruno César Cunha Oliveira, Assistente de Comunicação, o registro da nossa visita ao Santuário na Nossa Revista, publicação mensal dirigida pelo Pe. Serafim S. Fernandes. Somos gratos também às Senhoras Sônia Irene e Elza Rosa pela amável acolhida.
Visite o site:
“Nossa Revista” - Ano VII – nº. 85 – Julho - 2012-07-22
Entidade Mantenedora: Venerável Irmandade de Nossa Senhora da Penha de França
Largo da Penha, 19 – Penha.
Rio de Janeiro – RJ
CEP: 21070-560
Tel.: (21) 3219-6262
Fax: 3219-6257
Autor: José Carlos Oliveira
Mosqueiro, praias, rios, sol e muito brilho.
A Ilha destaca-se neste verão e retoma suas tradições com praias lotadas, muita alegria e diversão.
Verão 2012.
Final de tarde na praia do Murubira
Final de tarde na praia do Farol
Apanhar pipa, diversão que agita as praias.
Sol e Mar, a união perfeita na praia do Murubira.
Banho ao mar, momento de extrema emoção...
para quem curte as praias da Ilha.
Praia do Ariramba
Praia do Farol, recanto turístico de antigas lembranças.
Praia do Ariramba, o paraíso perdido entre paredões.
Imagens: JCSOliveira
Blog: HTTP://mosqueirense.blogspot.com
E-mail: jcsoliveira_uema@hotmail.com
Autor: Mauro Maracajá
Mosqueiro é tudo de bom, tranquilidade é seu dom
Mas, também tem muita festa, tem Carimbó e Seresta
A ilha tem pôr-do-Sol, tem o mais belo arrebol
Mais tarde tem o luar, só pra curtir ou amar.
Mosqueiro tem tradição, também tem inovação
No meio dessa mistura, tem sua própria cultura
A Ilha é de rio-mar, tem orla pra passear
Tem muita gente feliz, lá na praça da matriz.
Oh, bucólica
Oh, tem lógica que eu te quero bem por que...
Mosqueiro tem belas praias, Paraíso e Marahu
Chapéu Virado, Murubira, Farol também e Porto Arthur
Carananduba e Ariramba, Baía do Sol, São Francisco
Seguindo na Beira Mar, à Praia Grande e a do Bispo.
Mosqueiro tem gente boa, que pesca, planta e produz
O pão gostoso da Ilha, a tapioca e o cuscuz
Na Vila, tem o Mercado, varejo e até atacado
Fartura, tem de montão, tem peixe, fruta e camarão.
Oh, Bucólica
Oh, tem lógica que eu te quero bem por que...
Nossa Senhora do Ó,
Que tem o amor verdadeiro
Proteja sempre essa terra
Nossa ilha do Mosqueiro!!!
copryght - MAURO MARACAJÁ - 2011
mauromaracaja@bol.com.br
sergiodaviolla@hotmail.com
A quadrilha, contradança de origem holandesa, era muito apreciada nos salões aristocráticos e burgueses da França, no século XVIII. Trazida, no século XIX, para o Brasil, fez sucesso nos salões da Corte, no Rio de Janeiro. Tempos depois, acabou caindo no gosto do povo, que modificou suas evoluções e introduziu instrumentos musicais como a sanfona, o triângulo, a zabumba e a viola para acompanhá-la.
Se a quadrilha roceira tem sua origem tão distante, o humor e a irreverência do povo da Ilha, parodiando essa tradição junina muito apreciada pelos jovens do lugar, acabaram criando a quadrilha humorística. E foi assim que, nos últimos anos da década de 1970, surgiu a Caxixiririaçu, a primeira do gênero.
Os vídeos abaixo (Partes 1 e 2) registram uma apresentação da Quadrilha Humorística Aerobichas, do bairro do Aeroporto, na Ilha.
PESQUISE NESTE BLOG:
Janelas do Tempo: O Folclore Nosso de Cada Dia
Evento Cultural: As Raízes Profanas de São João
O período de veraneio já começou na Ilha do Mosqueiro. Com todas as características do verão amazônico, temos sol forte para esquentar as nossas praias de água doce com ondas e, quando o calor parece insuportável, lá vem uma chuvinha gostosa ou uma chuva com vento e trovoada, para tornar o clima mais ameno e as nossas noites mais agradáveis.
E para viver este verão intensamente, participe da variada programação que será desenvolvida na Ilha. Afinal, entretenimento, diversão, saúde, esporte, lazer e conhecimento são as nossas metas.
NA PRAIA DO BISPO:
Dia 13/07: a partir das 11h
Festival Comemorativo do Dia Mundial do Rock
AGENDA DE SHOWS NA PRAÇA DA MATRIZ:
SÁBADOS – a partir das 21h
Dia 14/07: Raul Seixas Couver e Pagodão do Forró
Dia 21/07: Mestre Curica e Meninos da Bahia
Dia 28/07: Geo Rock e Marinheiros do Forró
DOMINGOS – a partir das 11h
15/07: Manga Reggae e Grupo Irreverência
22/07: Markinho & Banda e Anjos do Melody
29/07: Marisa Black, Samba, Pagode e Banda ARK
MOSQUEIRANDO: Para conhecer detalhadamente a Programação de Férias, acesse o BLOG MOSQUEIRENSE.
FONTE: http://mosqueirense.blogspot.com.br/2012/07/sesc-realiza-programacao-de-verao-2012.html
Que todo mundo já viu o Homem-Aranha escalar altíssimos prédios, não é mais novidade. Também não é novidade que o Super-Homem tem um cachorro que voa. Tudo isso é ficção. Porém, numa terra onde aparecem morcegos-gigantes e político faz boi voar em tempos de eleição, tudo é possível.
Assim, apresentamos o Cão-Aranha. Seu dono o recolheu da rua ainda filhote. Como carregasse todo tipo de lixo para dentro de casa, recebeu o nome de Bregueço. Não tem pedigree, não é cão policial e nunca foi treinado, mas adora a liberdade e por esse motivo aprendeu a transpor o muro alto de sua casa, correndo na superfície lisa como uma aranha. Para conferir, assistam ao vídeo:
Autor: Prof. Alcir Rodrigues
Eita! A maré já está vazando!...
Logo-logo será boa hora
para despescar os matapis.
É bom ir logo, antes das 6,
soturna hora da Ave-Maria.
O silêncio quase reina ali.
O porronca marca, em sua cinza
― que vai crescendo lá no canto
da boca do caboclo ribeirinho―,
o líquido tempo que deságua...
... e vaza nestas barrentas águas
(lépidas como os tralhotos),
levando galhos, sementes e folhas,
lavando o tijuco mole da beira
e também minha vida cotidiana...
A monotonia da aragem calma,
fazendo bailar as altas árvores,
além do calor, cachaça, maruins,
amortecem os meus músculos,
e o leve deslizar da montaria
(de) marca o navegar das horas,
nesse ritmo de folhas paradas,
quase, e do vaivém dos sararás
em sua faina sobre a lama...
Mas os matapis não sobem fartos
do fundo dessa senda líquida,
confortável estrada esta minha
de onde colho o alimento incerto...
É bem verdade, por mim não semeado.
Esta vida imaginada, impressa
neste papel frente a teus olhos,
é uma forma de viver virtual,
realidade recriada, revivida,
no ritmo das águas, das marés,
chuvas, matas entrecortadas
por sinuosas estradas líquidas,
estradas tuas e minhas, ir e vir
que representa a própria vida...
FONTE: http://moskowilha.blogspot.com.br/2012/04/tempo-que-enche-e-vaza.html#links
Festeja-se hoje o 117º. Aniversário da Vila do Mosqueiro.
Mosqueiro, antiga povoação de pescadores, foi transformado em Freguesia sob a proteção de Nossa Senhora do Ó, no dia 10 de outubro de 1868, por meio da Lei nº. 563 sancionada pelo então Vice-Presidente do Grão Pará Cônego Manuel José de Siqueira Mendes.
No dia 06 de julho de 1895, a Freguesia do Mosqueiro era elevada à categoria de Vila pelo Decreto-lei nº. 324 sancionado pelo Governador Lauro Sodré.
Quase seis anos depois, em 26 de fevereiro de 1901, a Vila passava à condição de Distrito da Capital, conforme a Lei nº. 753 baixada pelo Governador Augusto Montenegro.
Mosqueiro-freguesia lembra a antiga devoção que, desde os primórdios, o povo da Ilha tem à Virgem Padroeira. Mosqueiro-distrito é o resultado da íntima relação que a Ilha sempre manteve com a cidade de Belém. Mas foi o Mosqueiro-vila que revelou a ilha-paraíso como recanto bucólico, alcoólico e turístico, abrindo seus portais para receber os primeiros visitantes, estrangeiros e belenenses, ávidos para desfrutarem os prazeres de uma vida mais natural.
Recebemos e agradecemos o convite para as comemorações enviado pelo Sr. Fernando Robalo, Diretor Geral da Agência Distrital da Ilha. Infelizmente, por motivos imperiosos, não pudemos comparecer.
Entretanto, para ressaltar a importância do fato, relembremos alguns momentos captados pela fotografia no lugar onde tudo começou.
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A Freguesia do Mosqueiro
A Praça é do Povo
Na Rota da História: A Administração da Ilha
Desde os idos de 1918, quando a praia do Areião era o porto seguro para as canoas a vela dos mosqueirenses e marajoaras, que a homenagem ao Santo Padroeiro dos Pescadores realizada no local se repete ano após ano.
De início, com o incentivo da Srª. Isabel Palheta àqueles que singravam as águas revoltas da baía do Marajó, em busca do peixe farto. Depois, com a organização da Colônia de Pescadores Z-9, ali sediada durante muito tempo. Agora, após a transferência do polo pesqueiro para a Baía do Sol, com a tenaz luta da Profª. Maria Diva Palheta para manter viva uma tradição de noventa e quatro anos.
Interessante é que o povo mosqueirense incorporou à sua cultura esse fato folclórico, ao mesmo tempo religioso e profano. Vale ressaltar, também, a importância histórica daquela praia, que viu nascer a pesca artesanal com os índios morobiras; viu os cabanos lutarem pela liberdade; viu a chegada dos primeiros estrangeiros à Ilha e assistiu à mudança da atividade econômica entre os pescadores da Vila, com a instalação da Uzina Santo Antônio da Pedreira. Muita coisa mudou, mas a tradição deve continuar, inclusive com o apoio dos órgãos oficiais.
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A Festividade de São Pedro
São Pedro do Areião