sexta-feira, 2 de setembro de 2011

MEIO AMBIENTE: PODER VERSUS ECOLOGIA

 

 

Quando o Mário d’Ávila e eu, amesendados no Empório’s Bar do nosso amigo Serginho, em julho de 1988, discutíamos, entre um e outro gole de cerveja, sobre a montagem do enredo VIDA QUEM AMA PRESERVA! para o desfile da Universidade de Samba Piratas da Ilha, no carnaval do ano seguinte, não podíamos imaginar que o movimento preservacionista viesse a eclodir de forma tão veemente, provocando opiniões tão contraditórias, sobretudo no que tange à devastação da floresta amazônica.

Os problemas ecológicos vêm de longo tempo, na maioria das vezes causados pela ignorância, insensatez e, principalmente, pela cobiça dos homens. A ignorância pode ser combatida através de um processo educativo, como procuram fazer os ecologistas e os governos há muito se propuseram a fazer. Entretanto, todo e qualquer programa de governo nesse sentido estará fadado ao insucesso, se medidas de ordem política não forem tomadas contra aqueles que agridem o meio ambiente em busca de riqueza fácil. Afinal, ensina-se com exemplos e não com palavras jogadas ao vento.

Ora, são os grandes latifundiários, os grandes industriais, os grandes extrativistas, os grandes projetos os que mais devastam, que mais poluem, que mais alteram o equilíbrio ecológico da Amazônia. O progresso é necessário, o desenvolvimento é importante, a exploração da terra é inevitável, no entanto os donos do poder econômico não têm o direito – ou não deveriam ter – de atentar contra a vida, queimando, matando, usurpando, destruindo, para satisfazerem sua ambição ilimitada. E tudo em nome do progresso. Mas que progresso é esse, quando uma terra rica como esta continua cheia de gente pobre?

O Legislativo pensa, o Executivo age e o Judiciário julga. Porém, enquanto o Executivo age sem pensar e o julgar não existe ou coexiste, os crimes ambientais permanecem na impunidade e a preservação da Natureza continua sendo uma simples e infeliz utopia.

Infelizmente, o homem julga ser capaz de controlar a Natureza e procura adequá-la a seus interesses, esquecendo que a sua vida depende dela. Parece não lembrar uma lei da Física que diz: toda ação corresponde a uma reação igual e contrária. Mas, se quiserem construir nas várzeas, não reclamem das enchentes; se quiserem impermeabilizar o solo das cidades e acabar com a mata ciliar, não reclamem das inundações; se quiserem desmatar encostas de morros e barrancos, não reclamem dos desmoronamentos; se quiserem devastar grandes áreas de florestas para edificar condomínios, não reclamem do calor, de vendavais e de tornados; se quiserem poluir os rios, não reclamem que falta água para beber.

Os exemplos estão aí, no dia-a-dia, mas, infelizmente, a história se repete.

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