sábado, 13 de março de 2010

NA ROTA DA HISTÓRIA: A Ocupação e Colonização da Baía-do-Sol

 

NA ROTA DA HISTÓRIA

A Ocupação e Colonização da Baía-do-Sol

(Contribuição à História da Baía-do-Sol pelo Sr. MANUEL SILVA, morador conhecido como SINUCA e descendente de Simão Nunes, pai do Padre Antônio Nunes da Silva, donatário da Sesmaria concedida pela Coroa Portuguesa em 1746)

“Há séculos atrás, essa região era conhecida como Queimada, pelo fenômeno que acontecia no cabo do Queimado (ponta do Queimado): Nas noites de verão, havia incêndios na área sem ninguém tacar fogo, devido ter no local muito umirizeiro, madeira de onde escorria um óleo que se incendiava com o calor. Falavam de petróleo, mas com a pesquisa realizada pela Petrobrás, foi totalmente descartada essa hipótese.

Com pesquisas feitas no ano 2000 pelas universitárias Maria Luzia Álvares, Maria Cristina Maneschy, Josinete Lima e Marineide Almeida, no Capítulo 5 do livro sobre os pescadores e pescadoras da Baía-do-Sol registrou-se que os primeiros habitantes do lugar foram os índios tupinambás e morobiras, que vieram da ilha de Colares e desenvolviam interesse pela pesca. Eles acabaram escravizados pelos europeus colonizadores que aportaram no local.

O reconhecimento da área foi feito antes da chegada dos portugueses por expedicionários holandeses, franceses e espanhóis, que travaram escambo com os indígenas. Esses expedicionários construíram um forte na parte mais alta da Baía-do-Sol e, além disso, utilizaram a mão-de-obra indígena para colher, semear e construir. Primeiros escravos dos europeus, os índios se tornaram livres a partir de 1754, por declaração do governador-mor do Pará, Mendonça Furtado. Então, o escravismo negro chegou à Baía-do-Sol.

Simão Nunes foi um dos primeiros moradores da área e fez o povoamento junto com os nativos. Seu filho, o Padre Antônio Nunes da Silva, recebeu da Coroa Portuguesa, em dezembro de 1746, a primeira posse de sesmaria, sistema que beneficiou somente a família Silva. Os demais proprietários não têm registros de sesmarias.

Quando os colonizadores chegaram à Baía-do-Sol, havia malocas de índios e taperas de palha na beira da praia. Com a posse das terras do lugar chamado Santana, o Padre Antônio Nunes da Silva deu início ao sistema de colonização dessas terras, primeiro com a ajuda dos indígenas e, depois, já com os negros africanos. Com a vinda dos escravos, foram construídas as “casas grandes” de madeira, onde moravam os senhores, ao feitio da casa grande do Sítio Conceição, que ainda se mantém conservada. Hoje, o lugar é mais conhecido por Fazendinha, com uma população diversificada pelo grande entrelaçamento étnico. A produção local, nos séculos XVII e XVIII, consistia da pesca artesanal, cultivo de roças e coleta e extrativismo animal e vegetal. No século XIX, com o desenvolvimento dos sítios agrícolas, além da pesca artesanal, observam-se a plantação de pimenta e tabaco, a produção de carvão vegetal; a coleta de sementes oleaginosas, frutas tropicais e plantas medicinais; e a criação de caprinos.

Portanto, o povoamento da Baía-do-Sol deu-se pela ação da família Silva desde o século XVII e, através dos tempos, destacaram-se Raimundo Nonato Silva, pai da querida e inesquecível Baiana; no Sítio São João, José da Silva, pai dos Silva na Fazendinha; Francisco Ribeiro da Silva, pai dos Silva na Camboinha; Samuel da Silva, pai dos Silva na Praia do Anselmo (Bacuri) e Leocádio da Silva (Fuluca), pai dos Silva no Conceição.

Quando me entendi, conferi os bairros assim habitados: FAZENDINHA: Rufino José da Silva, José da Silva (filho), Veneranda da Silva (filha), Jorge da Silva, Dionísio Lúcio da Silva, Claudomiro Marçal da Silva, Catarina da Silva, Sebastião da Silva, Raimundo Nonato da Silva, Pócia da Silva, Antônia Mendes da Silva, Fermiana Mendes da Silva, Francisca Escolástica da Silva, João Batista da Silva, Martinho Gomes da Silva, Clara Mendes da Silva, Severino da Silva; ATRÁS DO CAMPO: Elói Gomes da Silva, Henrique G. da Silva, José Pedro da Silva (dono do 1º. Comércio e pai da Alcíbia da Silva: Guita), Luiz Cordeiro da Silva (dono do 2º. Comércio, na Prainha); CAMBOINHA: Francisco Ribeiro da Silva (Pachecu), Augusto Ribeiro da Silva (Ribeiro), Augustinho Ribeiro da Silva (Passarinho), Lourenço da Silva (Lavareda), Eudóxio da Silva, Nicolau da Silva (Caiana), Francisco Ribeiro da Silva (Badutinho), Manuel Cesário da Silva, Ângelo Pinto dos Santos (dono do 4º. Comércio); PRAIA DO ANSELMO ( depois BACURI, nome oriundo do Marajó): Samuel da Silva, Claudomiro Lúcio da Silva (Coló), Mário da Silva (Mário da Joana), Boaventura da Silva (onde ficam a praça e a escola), João da Mata Silva, João Pamplona da Silva(dono do 3º. Comércio, na Queimada), Antônio Fernandes da Silva (Cajuti), Raimunda Agostinha da Silva (filha do Samuel Silva e herdeira das terras de Júlio Silva), Lúcio da Silva, João Holanda (dono do 5º. Comércio); PRAINHA: João Pena Valois (João Tostão), Antônio Santos (Caxixi), Leocádio da Silva (a quem coube o Sítio Conceição), Lauro Silva (Sarinho, agora Souza), Conceição Geraldo Silva (Professora Carmita).

A primeira estrada foi aberta a mão pelos garis da Prefeitura, tendo como Agente Distrital Luiz Bentes, Capataz Benedito Pinto dos Santos e o apoio comunitário de Antônio Fernandes da Silva e João Batista da Silva. A primeira pintura asfáltica aconteceu ainda em 1958. A energia elétrica foi inaugurada na gestão do governador Alacid Nunes, no dia 31 de maio de 1962. A escola e o posto médico foram entregues à população, no dia 15 de janeiro de 1969, pelo prefeito Stélio Maroja.

Pesquisas realizadas para comemorar a 3ª. Geração dos Silva atribuem a um pescador maranhense que teria ancorado na baía, em frente à ilha de Colares, a denominação do lugar: BAÍA DO SOL.”

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